"Senhor, fazei-me instrumento de Vossa Paz"
São Francisco de Assis

terça-feira, 23 de abril de 2024

Beato Egídio de Assis | Franciscanos Conventuais

23 de Abril. Nós, franciscanos, celebramos a memória do Beato Egídio de Assis, clérigo da I Ordem Franciscana, dos primeiros companheiros. Texto tirado do livro "Santos Franciscanos para cada dia" de Frei Giuliano Ferrini, OFM e Fr. José Guillermo Ramírez, OFM.


 


 

Bem-aventurado Egídio de Assis

Discípulo de São Francisco, clérigo da Primeira Ordem (+1262). Pio VI aprovou seu culto no dia 4 de julho de 1777.

Dos primeiros companheiros de Francisco de Assis nenhum lhe era mais caro ao coração do que um irmão muito simples que ele chamava “nosso cavaleiro da Távola Redonda”. Jovem de uma piedade e de uma pureza de vida singulares, Egídio admirava seu concidadão Francisco à distância, mas não ousava aproximar-se dele, até o dia em que soube que seus amigos Bernardo e Pedro tinham-se tornado seus companheiros, decididos a viver com ele uma vida de pobreza. Egídio imediatamente resolveu fazer o mesmo. Ao sair da cidade, encontrou-se com seu mestre e os dois estavam absorvidos na conversa, quando foram abordados por uma mendiga.
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“Dá-lhe o teu casaco” – disse-lhe São Francisco, ao se dar conta de que nenhum deles tinha dinheiro. E o candidato a discípulo prontamente obedeceu. O teste foi suficiente: no dia seguinte, Egídio recebeu o hábito. Primeiramente ficou com Francisco, acompanhando-o em suas viagens de evangelização pela Marca de Ancona e outras regiões não distantes de Assis, mas um sermão em que o Fundador exortou os discípulos a saírem pelo mundo afora, levou Egídio a fazer uma peregrinação a Compostela.

Pode-se dizer que ele praticamente percorreu o seu caminho de ida e volta sempre trabalhando, porque, quando possível, retribuía as esmolas com algum serviço pessoal, e distribuía com os outros tudo o que recebia ou possuía, inclusive o seu próprio manto, sem se preocupar com as zombarias que sua aparência grotesca provocava. Depois de seu retorno à Itália, foi enviado a Roma, onde ganhava seu sustento, executando trabalhos como o de carregar água ou cortar lenha. Uma visita à Terra Santa foi seguida de uma missão a Túnis, destinada a converter os sarracenos. A expedição resultou em fracasso. Os cristãos locais temiam sofrer com o ressentimento dos muçulmanos e, em vez de acolherem e ajudarem os missionários, obrigaram-nos a voltar a seus navios, antes mesmo de darem início à missão. Frei Egídio passou o resto de sua vida na Itália, principalmente em Fabriano, Rieti e Perusa, onde morreu.
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Apesar de sua simplicidade e de sua falta de cultura, ele era dotado de uma sabedoria infusa que levava as pessoas de todas as condições a consultá-lo. Aos que procuravam seus conselhos, a experiência ensinava que evitassem certos assuntos ou palavras cuja simples menção fazia o frade mergulhar em êxtase, durante o qual parecia totalmente alheio ao mundo. Os próprios garotos da rua sabiam disto, e, quando o viam passar, gritavam: “Paraíso! Paraíso!” Egídio tinha veneração pelas pessoas cultas, e certa vez perguntou a São Boaventura se o amor dos ignorantes para com Deus se igualaria ao de uma pessoa culta. “Iguala sim – foi a resposta do santo. Uma boa velhinha analfabeta pode amar a Deus melhor do que um doutor letrado da Igreja”.
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Encantado com a resposta, Frei Egídio correu para o portão do jardim que olhava para a entrada da cidade e gritou: “Escutai-me, vós todas, boas velhinhas! Vós podeis amar a Deus melhor do que Frei Boaventura”. Neste momento entrou em êxtase que durou três horas. Na medida do possível, ele vivia uma vida retirada, em companhia de certo discípulo. Este depois declarou que, em todos os 20 anos que passaram juntos, nunca ouviu seu mestre pronunciar uma palavra vã. Seu amor ao silêncio era verdadeiramente notável. Conta-nos uma bela lenda que S. Luís de França, por ocasião de sua viagem à Terra Santa, desembarcou secretamente na Itália, para visitar seus santuários. Em Perusa, procurou Frei Egídio, a respeito do qual ouvira contar muitas coisas. Depois de se abraçarem efusivamente, os dois se ajoelharam um ao lado do outro, em muda oração, e em seguida se separaram, sem terem trocado uma palavra sequer exteriormente.
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Durante toda a sua vida, o Beato Egídio sofreu terríveis tentações do demônio, mas, como bom soldado de Cristo, considerava muito normal ter de lutar contra o inimigo de seu Mestre. Ele odiava a ociosidade. Quando vivia em Rieti, o Cardeal Bispo de Túsculo gostava frequentemente de tê-lo como seu companheiro à mesa, mas Egídio só comparecia se pudesse ganhar o almoço prestando algum serviço. Certo dia de muita chuva, seu anfitrião lhe garantiu que, como era impossível trabalhar no campo, ele devia aceitar a refeição de graça. Seu hóspede, porém, não era pessoa fácil de dissuadir. Penetrando furtivamente na cozinha do cardeal, que achou extremamente suja, Egídio ajudou a fazer uma boa limpeza nela, antes de voltar à mesa de seu anfitrião.
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A dor pungente que lhe causou a morte de São Francisco foi seguida, naquele mesmo ano, pela maior alegria de sua vida, pois Nosso Senhor lhe apareceu em Cetona, com o mesmo aspecto que tinha quando estava neste mundo. Posteriormente, Egídio costumava dizer a seus irmãos que nascera quatro vezes: no dia de seu próprio nascimento, no dia do batismo, no dia da tomada de hábito e no dia em que viu Nosso Senhor.
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Os ditos áureos de Frei Egídio, muitos dos quais chegaram até nós, foram publicados muitas vezes. Eles nos revelam uma profunda vida espiritual, aliada a uma aguda capacidade de percepção das coisas.


As fontes da vida do Beato Egídio são tão numerosas, que é impossível enumerá-las aqui. O elemento principal é uma biografia, escrita, ao que parece, em sua forma primitiva, por Frei Leão, mas conservada em duas recensões distintas, conhecidas como Vida Longa e Vida Breve. Encontra-se uma discussão exaustiva desses e de outros materiais em W. W. Seton, Blesseti Giles ot Assisi (1918), que atribui a prioridade à Vida Breve e publica um texto latino e uma tradução. A Vida Longa foi incorporada na Chronica XXIV Generazium, publicada em Quaracchi em 1897. 
Vejam-se também I Fioretti de S. Francisco de Assis (numerosas edições), e Léon, “Auréole séraphique” (trad. para o inglês), voI. II, p. 89-101.





Francisco reconstrói a minha Igreja

Música de Teresinha de Melo e Frei Beraldo Hanlon, gravada durante o Encontro de Cantos Franciscanos em Campo Largo - PR.


sábado, 6 de abril de 2024

A "imunidade" franciscana!

 


A "imunidade" franciscana!

O Papa recebeu hoje os Frades Menores provenientes da Província da região italiana da Toscana e do Santuário de La Verna, local onde São Francisco de Assis recebeu os estigmas.

Esta audiência marca as celebrações do oitavo centenário do dom dos estigmas, que São Francisco recebeu em 14 de setembro de 1224, dois anos antes de sua morte.

Em seu discurso, o Papa ressaltou a importância deste símbolo da conformação ao "Cristo pobre e crucificado". E ao falar especificamente sobre os estigmas, definiu-os como um dos sinais mais eloquentes concedidos pelo Senhor ao longo dos séculos:
“Os estigmas nos recordam a dor sofrida por nosso amor e salvação por Jesus em sua carne, mas são também um sinal da vitória pascal.”

A exemplo do santo de Assis, todo cristão é chamado a ir ao encontro dos "estigmatizados" pelas dores da vida:
"Um discípulo de Jesus encontra no estigmatizado São Francisco um espelho de sua identidade. É por isso que o cristão é chamado a se dirigir de maneira especial aos ‘estigmatizados’ que encontra: os ‘marcados’ pela vida, que carregam as cicatrizes do sofrimento e da injustiça sofrida ou dos erros cometidos.”

O Pontífice elogiou a reputação dos franciscanos como bons confessores, incentivando-os a seguirem perseverantes no sacramento da reconciliação:
“Vocês são bons confessores: os franciscanos têm fama disso. Perdoem tudo. Perdoem sempre. Deus não se cansa de perdoar: nós é que nos cansamos de pedir perdão.”

Outra reputação dos franciscanos é de serem estimados inclusive em ambientes anticlericais. E contou uma curiosidade da sua terra natal, a Argentina:

"Penso na minha pátria: existem anticleriais que, quando chega um padre, batem na madeira, porque traz azar, mas nunca, nunca se faz isso com o hábito franciscano! É curioso. Jamais se insulta um franciscano. O motivo não se sabe. Mas o hábito de vocês remete a São Francisco e às graças recebidas. Continuem assim, e não importa se debaixo do hábito há o jeans, não tem problema, avante!"



Papa: a exemplo de São Francisco, sejamos fraternos e portadores da misericórdia



Por ocasião do oitavo centenário do dom dos estigmas, recebido por São Francisco de Assis em 1224, o Pontífice recebeu em audiência, nesta sexta-feira (05), os Frades Menores do Santuário de La Verna e da Província toscana. O Papa refletiu sobre o significado dos sinais que recordam a dor sofrida por Jesus "para a nossa salvação".
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O Papa Francisco recebeu na manhã desta sexta-feira, 05 de abril, no Vaticano, os Frades Menores provenientes da Província da região italiana da Toscana e do Santuário de La Verna, local onde São Francisco de Assis recebeu os estigmas. Esta audiência com o Santo Padre marca as celebrações do oitavo centenário do dom dos estigmas, que São Francisco recebeu em 14 de setembro de 1224, dois anos antes de sua morte.
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Em seu discurso, o Papa iniciou expressando sua gratidão pela presença da relíquia do sangue de São Francisco que os franciscanos levaram, e ressaltou a importância deste símbolo da conformação ao "Cristo pobre e crucificado". E ao falar especificamente sobre os estigmas, o Papa destacou sua relevância como um dos sinais mais eloquentes concedidos pelo Senhor ao longo dos séculos:
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  • “Os estigmas nos recordam a dor sofrida por nosso amor e salvação por Jesus em sua carne; mas são também um sinal da vitória pascal.”

Os estigmas da atualidade


De acordo com o Papa, a exemplo do santo de Assis, todo cristão é chamado a ir ao encontro dos "estigmatizados" pelas dores da vida:

"Um discípulo de Jesus encontra no estigmatizado São Francisco um espelho de sua identidade. É por isso que o cristão é chamado a se dirigir de maneira especial aos "estigmatizados" que encontra: os "marcados" pela vida, que carregam as cicatrizes do sofrimento e da injustiça sofrida ou dos erros cometidos. E, nessa missão, o Santo de La Verna é um companheiro de viagem, apoiando-os e ajudando-os a não se deixarem esmagar pelas dificuldades, pelos medos e pelas contradições, próprias e alheias. Se você quiser conhecer bem o Cristo sofredor, procure um franciscano."

A unidade franciscana
Francisco ressaltou a importância da unidade presente no carisma dos Frades Menores, e sublinhou que este também é um chamado de Cristo Crucificado para a missão que lhes foi confiada:

"Seu Santo Fundador lhes oferece um poderoso lembrete para que façam a unidade em si mesmos e em sua história. De fato, o Crucifixo que lhe aparece em La Verna, marcando seu corpo, é o mesmo que foi impresso em seu coração no início de sua "conversão" e que lhe havia indicado a missão de "reparar sua Igreja".

O perdão de Deus

O Pontífice destacou também o aspecto do perdão como um importante ponto no percurso da reparação da Igreja, e elogiou a reputação dos franciscanos como bons confessores, incentivando-os a seguirem perseverantes no sacramento da reconciliação:

  • “Vocês são bons confessores: os franciscanos têm fama disso. Perdoem tudo. Perdoem sempre. Deus não se cansa de perdoar: nós é que nos cansamos de pedir perdão.”
Retornar ao essencial
Por fim, o Santo Padre afirmou que, em São Francisco, um homem pacificado no sinal da cruz, com o qual abençoou seus irmãos, os estigmas representam o selo do essencial:

"Isso vos convoca também a retornar ao essencial em diversos aspectos de vossas vidas: nos cursos de formação, nas atividades apostólicas e na interação com o povo; a serdes perdoados, a serdes portadores do perdão, a serdes curados, a serdes portadores da cura, a serdes alegres e simples na fraternidade; com a força do amor que emana do lado de Cristo e se nutre do encontro pessoal com Ele, a serdes renovados todos os dias com um ardor seráfico que inflama o coração."

Oração a São Francisco de Assis

O Papa, ao concluir, invocou a graça da conversão contínua e benéfica aos religiosos franciscanos, e confiou-lhes uma oração em honra ao Seráfico Pai, São Francisco de Assis:

"São Francisco,
homem ferido de amor, crucificado no corpo e no espírito,
nós olhamos para ti, adornado com os sagrados estigmas,
para aprender a amar o Senhor Jesus,
nossos irmãos e irmãs com teu amor, com tua paixão.
Contigo é mais fácil contemplar e seguir
o Cristo pobre e crucificado.
Concede-nos, Francisco,
o frescor da tua fé,
a certeza da tua esperança,
a doçura da tua caridade.
Intercede por nós
para que seja doce para nós carregar os fardos da vida
Intercede por nós para que seja doce também
suportar nas provações e experimentar
a ternura do Pai e o bálsamo do Espírito.
Que nossas feridas sejam curadas no Coração de Cristo,
para que possamos nos tornar, como ti, testemunhas da misericórdia,
que continua a curar e a renovar a vida
de quem o busca com um coração sincero.
Ó Francisco, semelhante ao Crucificado,
faz com que seus estigmas sejam para nós e para o mundo
sinais luminosos de vida e ressurreição
que indiquem novos caminhos de paz e reconciliação. Amém"





segunda-feira, 1 de abril de 2024

Irmã Salete Dal'Mago, CIFA comenta sobre Boaventura.

 


Irmã Salete Dal'Mago, CIFA comenta sobre Boaventura. Ele conheceu a vida de Francisco de perto e viveu um caminho de contemplação para Deus.
Ouça o vídeo sobre a teoria dos sentidos, dos afetos e saiba mais sobre a vida da Família Franciscana.




sexta-feira, 29 de março de 2024

Mensagem de Páscoa do Ministro Provincial

 


A ressurreição do Senhor inaugura tempo novo, a morte foi vencida. Não há mais espaço para a lágrima e a dor, para a dúvida e o medo. Entre nós amizade e reconciliação, justiça e verdade, saciedade e partilha. É Páscoa. Minha irmã, meu irmão, quero tornar minhas as palavras dos anjos quando as mulheres foram, ainda de madrugada, ao sepulcro onde havia sido depositado o corpo injustamente condenado, cruelmente flagelado e crucificado, o corpo sem vida de Jesus: “Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive? Não está aqui. Ressuscitou” (Lc 24,5-6). O relato de Lucas é um convite para que cada um possa refletir acerca da urgência de purificar o olhar a fim de que possamos saber onde procurar o sentido da nossa vida e assim discernir e decidir ir à fonte que aplaca a sede de sentido da nossa frágil existência. Ao apresentar meus votos de Feliz Páscoa, convido a cada um e a cada uma a procurar o Senhor onde Ele, vivo está e se deixa encontrar. Na fraternidade e na amizade, na solidariedade e no cuidado com os mais frágeis, na afeição pelos pobres e no relacionamento respeitoso e cortês com as pessoas e as demais criaturas, nas escolhas com gosto de justiça e paz e em todos os sinais que exalam a bondade e o bem querer poderemos experimentar a certeza transformadora: Ele ressuscitou.
Feliz Páscoa.   Frei Paulo


segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

São Francisco de Assis, um pobre que canta





Senhor, quando tivermos a tentação de sermos donos e senhores de nós mesmos, quando pensarmos sermos proprietários da verdade, ensina-nos que somos pobres, profundamente pobres, mas pobres que cantam porque tudo recebemos de tuas mãos:
a vida, o pão e o leite, os companheiros de viagem, a coragem de viver, o Evangelho de teu Filho.

Somos pobres: cantamos de alegria. Amém.

Num de seus livros, Michel Hubaut, OFM, no momento em que escreve sobre a pobreza de Francisco, intitula o capítulo com estas belas palavras: Um pobre que canta. 
O pobre é alguém livre que pode abrir os braços e cantar, que vive nas mãos de Deus, desse Deus que cuida da veste dos lírios e da roupagem sedosa dos pássaros. 
Nunca é demais refletir sobre esta característica tão importante da vida segundo o Evangelho que Francisco escolheu, a dama pobreza.

O Poverello não é um teórico. Desde que o Cristo de São Damião como que incendiou seu coração passou ele a ter uma compreensão profunda da Encarnação.

Jesus é um peregrino, não tem pedra para reclinar a cabeça. Morre como um pobre, desprezado, crucificado, abandonado. 
Deus escolhe o não-poder, não hesita em tomar a condição de servo para enriquecer o homem. 
Nunca haver-se-á de banalizar a encarnação. 
“Esta é a fonte fundamental de seu amor pela pobreza e a maneira como concebe sua missão e a de seus irmãos. 
Anunciar o Evangelho não é em primeiro lugar pregar uma doutrina, mas participar de um movimento permanente do Amor que se encarna para libertar os homens, que se faz “pequeno” para fazer com que o homem cresça. 
Ele se humaniza para divinizar o homem” (Chemins d’intériorité avec saint François, Ed. Franciscaines, p. 183-184).

Ser pobre é, antes de tudo, reconhecer que não somos proprietários de nada, que tudo nos é oferecido liberalmente, tudo nos é dado para o uso no tempo da peregrinação e não para um usufruir definitivo. Agora somos andarilhos. O que vive pobremente tem a certeza da Presença de Deus como seu sustento. Tudo nos é dado de empréstimo e para ser partilhado.

Uma reflexão de Bernard Forthomme aponta na direção de afirmar que ser pobre é reencontrar a raiz paradisíaca, o principio do júbilo, a proximidade e intimidade com Deus. O homem estava nu antes e com o passar do tempo cobre-se de hábitos, vestes, ações, de bens e de ações. 
Palavras literais de Bernard: “A nudez significa esta simplicidade que nos torna objeto de uma visita de Deus em pessoa, inclusive na forma de Cristo na nudez de uma criança que nasce e de um supliciado a morrer no alto da cruz. 
Nudez, pobreza. Francisco, o pobre, vai querer morrer nu na terra nua. A nudez nas mãos de Deus não provoca vergonha. Os que estão “nus” diante de Deus são os pobres que não necessitam se esconder quando o Senhor passeia pelo paraíso no fim da tarde.

Ser pobre é reconhecer em todas as partes a marca do Criador e do Salvador, sem viver na angústia da falta e da perda. A própria morte não é uma inimiga, mas como uma irmã, porque nem a própria vida é propriedade minha. Trata-se de insigne bem que experimento como sendo uma benção, sem ser proprietário. Não terei inveja dos que parecem gozar de melhor saúde, ter mais cultura, inteligência mais arguta. O tempo de viver é sempre tempo de louvar aquele que me dispensa tais dons. Esta experiência paradisíaca faz a alegria, o canto de Francisco. Forthomme literalmente escreve que assim se explica “a importância da poesia, do canto e da teologia musical em Francisco”.

O pobre não recebe herança alguma a não ser os elementos do cosmos (a luz da lua e do sol, o fogo, a chuva, os ventos, a pedra, a terra) e os dons da graça. Não há garantia para o futuro e por isso é preciso trabalhar e trabalhar com as próprias mãos como fazia Francisco. Bernardo de Claraval já havia insistido no trabalho. Os pobres da era dos medicantes não dispunham da segurança dos mosteiros, mas do trabalho de suas mãos para viver e não com o propósito de acumular dinheiro e bens. Quando não há o que comer o frade menor se torna pedinte, como os frades pediam a comida para as irmãs pobres de São Damião. Os que não têm o que comer recorrem à mesa do Senhor.

Obs.: Os textos de Bernard Forthomme que inspiraram estavam em cópias sem indicação da fonte.


sábado, 24 de fevereiro de 2024

O DIA QUE SÃO FRANCISCO DE ASSIS DECIDIU LEVAR UMA VIDA DE POBREZA.




Em um dia como hoje, 24 de fevereiro, são Francisco de Assis tomou a decisão de levar uma vida de pobreza, o que com o tempo causaria a fundação das ordens franciscanas.
Era o ano de 1208 e, como recorda a Cúria Geral da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, são Francisco, durante uma missa naquela que hoje é a basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis, Itália, “escutou as palavras do Evangelho sobre o envio dos apóstolos e as tomou como uma mensagem enviada pessoalmente a ele”.

Tratava-se do capítulo 10 do Evangelho de Mateus, no qual o Senhor envia seus apóstolos e os instrui a não carregar “nem ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos, nem mochila para a viagem, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão".

Segundo o site franciscano, são Francisco começou assim "uma vida de extrema pobreza, dedicada aos anúncios itinerantes do Evangelho, especialmente o apelo à penitência".

"Ele vivia do que os habitantes de Assis lhe ofereciam, aos quais começou a pedir indo de porta em porta”.

Giovanni Bernardone, nome de nascimento de são Francisco, já havia começado sua conversão alguns anos antes.

“Ele não tinha a intenção de fundar nenhuma nova estrutura na Igreja e não estava procurando seguidores ou companheiros. Porém, depois de alguns meses, começaram a chegar a ele”, diz o site franciscano.

São Francisco morreu em 3 de outubro de 1226. Dois anos depois, o papa Gregório IX o proclamou santo.

No encontro que teve com os representantes dos meios de comunicação, em 16 de março de 2013, o papa Francisco falou do motivo pelo qual decidiu tomar o nome de Francisco.

“E assim surgiu o nome no meu coração: Francisco de Assis. Para mim, é o homem da pobreza, o homem da paz, o homem que ama e preserva a criação”, disse depois que o cardeal brasileiro Claudio Hummes lhe disse “não se esqueça dos pobres”, durante sua eleição.

O papa acrescentou que são Francisco de Assis "é o homem que nos dá este espírito de paz, o homem pobre... Ah, como eu queria uma Igreja pobre e para os pobres!".

Em 2021 o papa Francisco propôs o santo como modelo de pobreza.

São Francisco de Assis, “movido pelo espírito de pobreza, adverte no sofrimento do leproso que a verdadeira riqueza e a alegria não são as coisas, o ter, o paradigma mundano, mas o amor a Cristo e o serviço solidário aos outros. Em um sentido plenamente sério e entusiasta - afirma Chesterton - são Francisco podia dizer: bem-aventurado aquele que nada tem nem nada espera, porque possuirá tudo e desfrutará de tudo”, disse o papa.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

MELHOR COLEÇÃO DE MÚSICA FRANCISCANA _Todas as músicas em um só vídeo (Francisco e Clara)

Paz e Bem!

Meus amados irmão e irmã. Como franciscano que sou, é com imenso prazer que deixo para você ouvir, cantar essas belas musicas. São mais de 1h:37 de pura musica franciscana. Desde as antigas como as mais modernas.

domingo, 28 de janeiro de 2024

São Tomás D’Aquino



São Tomás de Aquino foi um importante teólogo, filósofo e padre dominicano do século XIII. Foi declarado santo pelo papa João XXII em 18 de julho de 1323. É considerado um dos principais representantes da escolástica (linha filosófica medieval de base cristã). Foi o fundador da escola tomista de filosofia e teologia.

Tomás nasceu em 1225, no castelo de Roccasecca, na Campânia, da família feudal italiana dos condes de Aquino. Possuía laços de sangue com as famílias reais da Itália, França, Sicília e Alemanha, esta ligada à casa de Aragão. Ingressou no mosteiro beneditino de Montecassino aos cinco anos de idade, dando início aos estudos que não pararia nunca mais. Depois, frequentou a Universidade de Nápoles, mas, quando decidiu entrar para a Ordem de São Domingos encontrou forte resistência da família. Seus irmãos chegaram a trancá-lo num castelo por um ano, para tentar mantê-lo afastado dos conventos, mas sua mãe acabou por libertá-lo e, finalmente, Tomás pôde se entregar à religião. Tinha então dezoito anos. Não sendo por acaso a sua escolha pela Ordem de São Domingos, que trabalha para unir ciência e fé em favor da humanidade.

Foi para Colônia e Paris estudar com o grande Santo e doutor da Igreja, Alberto Magno. Por sua mansidão e silêncio foi apelidado de “boi mudo”, por ser também, gordo, contemplativo e muito devoto. Depois se tornou conselheiro dos papas Urbano IV, Clemente IV e Gregório X, além do rei São Luiz da França. Também, lecionou em grandes universidades de Paris, Roma, Bologna e Nápoles e jamais se afastou da humildade de frei, da disciplina que cobrava tanto de si mesmo quanto dos outros e da caridade para com os pobres e doentes.

Grande intelectual, vivia imerso nos estudos, chegando às vezes a perder a noção do tempo e do lugar onde estava. Sua norma de vida era: “oferecer aos outros os frutos da contemplação”. Sábios e políticos tentaram muitas vezes homenageá-lo com títulos, honras e dignidades, mas Tomás sempre recusou. Escrevia e publicava obras importantíssimas, frutos de seus estudos solitários desfrutados na humildade de sua cela, aliás seu local preferido. Seus escritos são um dos maiores monumentos de filosofia e teologia católica.

Tomás D’Aquino morreu muito jovem, sem completar os quarenta e nove anos de idade, no mosteiro de Fossanova, a caminho do II Concílio de Lion, em 07 de março de 1274, para o qual fora convocado pelo papa Gregório X. Imediatamente colégios e universidades lhe prestaram as mais honrosas homenagens. Suas obras, a principal, mais estudada e conhecida, a “Summa Teológica”, foram a causa de sua canonização, em 1323. Disse sobre ele, nessa ocasião, o papa João XXII: “Ele fez tantos milagres, quantas proposições teológicas escreveu”. É padroeiro das escolas públicas, dos estudantes e professores.

No dia 28 de janeiro de 1567, o papa São Pio V lhe deu o título de “doutor da Igreja”, e logo passou a ser chamado de “doutor angélico”, pelos clérigos. Em toda a sua obra filosófica e teológica tem primazia à inteligência, estudo e oração; sendo ainda a base dos estudos na maioria dos Seminários. Para isso contou, mais recentemente, com o impulso dado pelo incentivo do papa Leão XIII, que fez reflorescer os estudos tomistas.




domingo, 21 de janeiro de 2024

SANTA INÊS

 


Virgem e mártir do século III, Inês pertencia à uma rica, nobre e cristã família romana. Isso lhe possibilitou receber uma educação dentro dos mais exatos preceitos religiosos, o que a fez tomar a decisão precoce de se tornar “esposa de Cristo”. Tinha apenas 13 anos quando foi denunciada como cristã. Para a Igreja, Santa Inês é o próprio símbolo da inocência e da castidade, que ela defendeu com a própria vida. A ideia da virgindade casta foi estabelecida na Igreja justamente para se contrapor à devassidão e aos costumes imorais dos pagãos. Inês levou às últimas consequências a escolha que fez a esses valores. É uma das Santas mais antigas do cristianismo e foi martirizada durante a décima perseguição ordenada contra os cristãos, desta vez imposta pelo terrível imperador Diocleciano, em 304.

Dotada de uma beleza incomum, recebeu inúmeros pedidos de casamento, inclusive do filho do prefeito de Roma. Aliás, essa foi a causa que desencadeou seu suplício e uma violenta perseguição contra os cristãos. Numa certa tarde de tempestade, o rapaz tentou tomá-la nos braços, mas foi atingido por um raio e caiu morto aos seus pés. Quando o prefeito soube, procurou Inês com humildade e lhe implorou que pedisse a seu Deus pela vida de seu filho. Ela erguendo as mãos e voltando os olhos para o céu orou para que Nosso Senhor trouxesse o rapaz de volta à vida terrena, mostrando toda Sua misericórdia. O rapaz voltou e percebendo a santidade de Inês se converteu cristão. Porém, o prefeito, viu aquela situação como um sinal de poder dos cristãos e resolveu aplicar a perseguição, decretada por Diocleciano, de modo implacável.

Inês, segundo ele, fora denunciada e por isso teria de ser enviada para a prisão. Mesmo assim, ela nunca tentou se livrar da pena em troca do casamento que fora proposto em nome do filho do prefeito e muito menos negou sua fé em Cristo. Preferiu sofrer as terríveis humilhações de seus carrascos, que estavam decididos a fazê-la mudar de ideia através da força. Arrastada violentamente até a presença de um ídolo pagão, para que o adorasse, Inês se manteve firme em suas orações à Cristo. Depois foi levada à uma casa de prostituição, para que fosse possuída à força, mas ninguém ousou tocar sequer num fio de seu cabelo, saindo de lá na mesma condição de castidade que chegou.

Cada vez mais a situação ficava fora do controle das autoridades romanas e o povo estava se convertendo em massa. Para aplacar os ânimos Inês foi levada ao Circo e condenada à fogueira, mas o fogo prodigiosamente se abriu e não a queimou. Assim, o prefeito decretou que fosse morta por decapitação a fio de espada, naquele exato momento. Foi dessa maneira que a jovem Inês testemunhou sua fé em Cristo.

Seu enterro foi um verdadeiro triunfo da fé; seus pais levaram o corpo de Inês, e o enterraram num prédio que possuíam na estrada que de Roma conduz a Nomento. Nesse local, por volta do ano de 354, uma Basílica foi erguida a pedido da filha do imperador Constantino, em honra à Santa. Trata-se de uma das mais antigas de Roma, na qual se encontram suas relíquias e sepultura. Na arte, Santa Inês é comumente representada com uma ovelha, e uma palma, sendo que a ovelha sugere sua castidade e inocência.

Sua pureza martirizada faz parte, até hoje, dos rituais da Igreja. Todo ano, no dia de sua veneração, em 21 de janeiro, é realizada na Basílica de Santa Inês, fora dos muros do Vaticano, uma Missa solene onde dois cordeirinhos brancos, ornados de flores e fitas são levados para o celebrante os benzer. Depois os mesmos são apresentados ao Papa, que os entrega a religiosas encarregadas de os guardar até a época da tosquia. Com sua lã são tecidos os pálios que, na vigília de São Pedro e São Paulo, são colocados sobre o altar da Basílica de São Pedro. Posteriormente esses pálios são enviados à todos os arcebispos do mundo católico ocidental e eles os recebem em sinal da obediência que devem à Santa Sé, como centro da autoridade religiosa.

FONTE: http://www.franciscanos.org.br



sábado, 20 de janeiro de 2024

São Sebastião




São Sebastião nasceu em Narvonne, França, no final do século III, e desde muito cedo seus pais se mudaram para Milão, onde ele cresceu e foi educado. Seguindo o exemplo materno, desde criança São Sebastião sempre se mostrou forte e piedoso na fé.
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Nessa época, a região era dominada pelo Imperador Diocleciano, que, como seus antecessores, perseguia os cristãos por estes serem considerados inimigos do Estado.

Atingindo a idade adulta, alistou-se como militar nas legiões do Imperador Diocleciano, que até então ignorava o fato de Sebastião ser um cristão de coração. A figura imponente, a prudência e a bravura do jovem militar tanto agradaram ao Imperador, que este o nomeou comandante de sua guarda pessoal.

Mas, secretamente e valendo-se de seu alto posto militar, Sebastião fazia visitas frequentes aos cristãos que se encontravam presos para serem levados ao Coliseu, onde seriam devorados por leões ou mortos em lutas com os gladiadores para o puro deleite dos romanos. Com palavras de consolo e de ânimo — fazendo-os acreditar na salvação da vida após a morte, segundo os princípios do cristianismo —, Sebastião ajudava os prisioneiros a enfrentar o martírio que os aguardava.

Enquanto o imperador empreendia a expulsão de todos os cristãos do seu exército, Sebastião foi denunciado por um soldado. Diocleciano sentiu-se traído e ficou perplexo ao ouvir do próprio Sebastião que era cristão. Tentou, em vão, fazer com que ele renunciasse ao cristianismo, mas Sebastião com firmeza se defendeu, apresentando os motivos que o animava a seguir a fé cristã, e a socorrer os aflitos e perseguidos.

Diocleciano, então, deu ordem a seus soldados para o alvejarem com flechadas e depois o deixarem sangrar até morrer. Vem daí a imagem imortalizada do santo, amarrado a um tronco e com o corpo perfurado por flechas.

Após a ordem ser executada, Sebastião foi dado como morto e ali mesmo abandonado, pela mesma guarda pretoriana que antes chefiara. Entretanto, quando uma senhora cristã foi até o local à noite, pretendendo dar-lhe um túmulo digno encontrou-o vivo! Levou-o para casa e tratou de suas feridas até vê-lo curado.

Depois, cumprindo o que lhe vinha da alma, ele mesmo se apresentou àquele imperador anunciando o poder de Nosso Senhor Jesus Cristo e censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos, acusando-o de inimigo do Estado. Perplexo e irado com tamanha ousadia, o sanguinário Diocleciano o entregou à guarda pretoriana após condená-lo, desta vez, ao martírio no Circo. Sebastião foi executado então com pauladas e boladas de chumbo, sendo açoitado até a morte, no dia 20 de janeiro de 288.

Uma piedosa mulher, Santa Luciana, sepultou-o nas catacumbas. Assim aconteceu no ano de 287. Mais tarde, no ano de 680, suas relíquias foram solenemente transportadas para uma basílica construída pelo Imperador Constantino, e onde se encontram até hoje.

Naquela ocasião, Roma estava assolada por uma terrível peste, que vitimou muita gente. Entretanto, tal epidemia desapareceu a partir da hora da transladação dos restos mortais desse mártir, que é venerado como o padroeiro contra a peste, fome e guerra.

As cidades de Milão, em 1575 e Lisboa, em 1599, acometidas por pestes epidêmicas, se viram livres desses males, após atos públicos suplicando a intercessão deste grande santo.

São Sebastião é também muito venerado em todo o Brasil, onde ele é padroeiro, como o Rio de Janeiro.

No Brasil, diz a tradição, que no dia da festa do padroeiro, em 1565, ocorreu a batalha final que expulsou os franceses que ocupavam a cidade do Rio de Janeiro, quando São Sebastião foi visto de espada na mão entre os portugueses, mamelucos e índios, lutando contra os invasores franceses calvinistas.


quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Reze e medite a novena a São Francisco de Assis




Novena a São Francisco de Assis

– Fazer o sinal da cruz;
– Rezar a oração para todos os dias;
– Rezar a oração de cada dia;
– Rezar 3 Pai-Nossos, 3 Ave-Marias, 3 Glórias ao Pai;
– Meditar e comentar um texto do Novo Testamento (ver sugestões);
– Rezar a oração e bênção de São Francisco.

Oração para todos os dias

Absolvei, Senhor, eu Vos suplico, o meu espírito, e pela suave e ardente força de Vosso amor, desfeiçoai-me de todas as coisas que existem debaixo do céu, a fim de que eu possa morrer por Vosso amor, ó Deus, que por meu amor Vos dignastes morrer.

Oração de São Francisco
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvida, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado, compreender que ser compreendido, amar que ser amado.
Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a vida eterna.

Bênção de São Francisco

O Senhor vos abençoe e vos guarde.
O Senhor vos mostre a Sua face e se compadeça de vós.
Amém.

O Senhor volva Seu rosto para vós e vos dê a paz.
O Senhor vos abençoe.
Amém.

Que o Senhor Deus, pelos méritos de São Francisco,
vos conceda toda a paz e todo o bem.
Amém.

Primeiro dia

Meu amigo e protetor São Francisco, em vossa juventude, cantáveis alegremente pelas ruas de Assis, participando das boas alegrias dos jovens de vossa idade e fazendo grande projetos de conquistas e aventuras, ensinai-me a encontrar a alegria que vem de Deus e fazer-me nela viver continuamente.

Afastai de mim toda a tristeza que me torna fechado ao próximo.

Que a minha alegria e o meu espírito comunicativo deem testemunho da alegre presença de Deus em minha vida.
Sugestão: Jo 6,41-51.

Segundo dia


Meu amigo e protetor São Francisco, o encontro com um leproso, a quem fostes beijar e a quem destes generosa esmola, num gesto de autossuperação, marcou o começo de vossa conversão e da vida maravilhosa, que, a partir de então, iniciastes, causando admiração ao mundo inteiro. Pelo vosso espírito de renúncia e penitência, ensinai-me a vencer as paixões e más inclinações, canalizando essas energias para o caminho do bem, a fim de que alcance minha plena realização humana, na perfeição a que Deus me chamou.
Sugestão: Rm 8,18-22.

Terceiro dia


Grande patriarca Francisco, conta-se que, na igrejinha de São Damião, enquanto estáveis em oração, o crucifixo vos falou: “Francisco, vai e restaura a minha Igreja”. Foi uma ordem profética. Com vosso exemplo e com os numerosos seguidores que tivestes ainda em vida, nova aurora despertou para a Igreja. Pelo amor que tivestes à Igreja de Cristo, ensinai-me a ser-lhe fiel, vivendo em união com ele, apoiando-a por palavras e pelo testemunho da Igreja, levando uma vida de verdadeiro cristão.
Sugestão: 1Cor 12,31;13,4-13.

Quarto dia


Ó São Francisco, vós vos tornastes um apaixonado do amor de Cristo e saístes pelo mundo a lamentar que “o Amor não é amado”, e vos apresentastes aos homens como o “Amante do Grande Rei”. Livrai-me da indiferença e comunicai-me vosso entusiasmo para que aprenda a amar a Nosso Senhor e saiba encontrá-Lo na natureza e nos acontecimentos de cada dia.
Sugestão: Mc 16,1-8 ou Mt 28,1-10.

Quinto dia

São Francisco, enviastes vossos primeiros discípulos pelo mundo inteiro, a fim de que apregoassem a Boa Nova do Reino de Deus. Alcançai-me do Senhor o espírito apostólico e o zelo missionário, para que me interesse por Sua obra e procure colaborar com a Igreja, a fim de que o Reino de Cristo se estabeleça na Terra.
Sugestão: Mc 9,33-41.

Sexto dia

São Francisco, na contemplação e meditação da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, encontrastes vigorosa motivação para vos entregardes a Deus numa vida desprovida de conforto e segurança. Submetestes vosso corpo a rudes penitências para experimentar uma parte dos padecimentos que Cristo enfrentou por amor de nós. A lembrança da Paixão do Senhor vos arrancava sentidas lágrimas de arrependimento e de gratidão. 
De vós quero aprender a grande lição do Crucificado: que, no sofrimento aceito livremente e por amor, atingimos nossa purificação.

Ensinai-me a aceitar os males e contrariedades que não posso evitar, para, por meio deles, expiar, com Jesus, os males que o pecado inflige ao mundo.
Sugestão: Mc 9,25-30 ou Rm 8,9-13.

Sétimo dia

São Francisco, fostes chamado “o Pobrezinho de Assis”. 
Abandonastes os bens e o conforto do mundo e vivestes na maior pobreza para mais perfeitamente imitar a Jesus, que nasceu pobre em Belém e na cruz foi despojado de tudo. Ajudai-me a superar o fascínio e os atrativos que os bens da terra exercem sobre mim. Que saiba repartir do que é meu com os mais necessitados, e assim mereça gozar da liberdade dos filhos de Deus.
Sugestão: Jo 19,31-37 ou Ef 3,8-12.14-19.

Oitavo dia

São Francisco, fostes o grande amigo da natureza. 
No Cântico do Sol, convidastes a todas as criaturas para cantarem louvores a Deus. Para vós, a natureza era o livro aberto onde se leem a bondade e a beleza de Deus, que tudo criou com amor de Pai. Fazei que, para mim, as criaturas não sejam pedras de tropeço, mas degraus que me levem para junto do Criador. 
Dai-me a graça de não me prender exageradamente às criaturas nem a mim mesmo. E que, de coração livre, possa levantar voo para as alturas do amor de Deus.
Sugestão: Jo 14,1-12 ou 1Pd 2,4-10.


Nono dia

Meu grande São Francisco, apesar da ingratidão dos homens que se fecham ao amor de Deus, soubestes viver em contínua alegria. Estáveis consciente de que o amor do Pai nos predestinou à felicidade do céu. Tão grande foi vosso amor a Cristo, vossa identificação com o Amado atingiu incomparável perfeição. Ensinai-me a encarar a vida com seriedade e alegria. Quero assumir com amor e alegria as responsabilidades que ele me impõe. Que seja compreensivo e alegre no relacionamento com o próximo. Que não esqueça minha 
vocação de filho de Deus chamado para servir. Fazei que, a vosso exemplo, eu me deixe arrastar pelo amor de Cristo, caminhando decidido e alegre ao seu encontro todos os dias da vida.
Sugestão: Mt 15,21-28 ou Rm 16,25-27.

Fonte: Canção Nova.


domingo, 7 de janeiro de 2024

ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO (cantada) (Música: Padre Casemiro Irala)

 

Interpretação: Coral das Comunidades-Luz 

15º Encontro: Música para a Cura e Elevação da Humanidade / Música para la Cura y Elevación de la Humanidad / Music for the Healing and Upliftment of Humanity / Musique pour la Guérison et l'Élévation de l'Humanité - 23/02/2017 - 
Centro Mariano de Figueira / Marian Center of Figueira/Centre Marial de Figueira - Minas Gerais, Brasil. 

Letra abaixo/Letra abajo/Lyrics below/Paroles ci-dessous: 

ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO 
(Música: Padre Casemiro Irala) 

Senhor, fazei-me instrumento de Vossa Paz. 
Onde houver ódio, que eu leve o Amor; 
onde houver ofensa, que eu leve o Perdão; 
onde houver discórdia, que eu leve a União; 
onde houver dúvida, que eu leve a Fé; 
onde houver erro, que eu leve a Verdade; 
onde houver desespero, que eu leve a Esperança; onde houver tristeza, que eu leve Alegria;
onde houver trevas, que eu leve a Luz. 

Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado; 
compreender, que ser compreendido; 
amar, que ser amado. 
Pois é dando que se recebe, 
é perdoando que se é perdoado, 
e é morrendo que se vive para a Vida Eterna.

Epifania do Senhor- Evangelho Mateus 2,1-12- Festa dos Reis Magos

 







Isaías 60,1-6
1Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor. 2Eis que está a terra envolvida em trevas, e nuvens escuras cobrem os povos; mas sobre ti apareceu o Senhor, e sua glória já se manifesta sobre ti. 3Os povos caminham à tua luz, e os reis, ao clarão de tua aurora. 4Levanta os olhos ao redor e vê, todos se reuniram e vieram a ti; teus filhos vêm chegando de longe com tuas filhas, carregadas nos braços. 5Ao vê-los, ficarás radiante, com o coração vibrando e batendo forte, pois com eles virão as riquezas de além-mar e mostrarão o poderio de suas nações; 6será uma inundação de camelos e dromedários de Madiã e Efa a te cobrir; virão todos os de Sabá, trazendo ouro e incenso e proclamando a glória do Senhor.
Palavra do Senhor.

Sl 71(72)
As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
Dai ao rei vossos poderes, Senhor Deus, / vossa justiça ao descendente da realeza! /
Com justiça ele governe o vosso povo, / com equidade ele julgue os vossos pobres. – R.

Nos seus dias, a justiça florirá / e grande paz, até que a lua perca o brilho! /
De mar a mar estenderá o seu domínio, / e desde o rio até os confins de toda a terra! – R.

Os reis de Társis e das ilhas hão de vir / e oferecer-lhe seus presentes e seus dons; /
e também os reis de Seba e de Sabá / hão de trazer-lhe oferendas e tributos. /
Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, / e todas as nações hão de servi-lo. – R.

Libertará o indigente que suplica / e o pobre ao qual ninguém quer ajudar. /
Terá pena do indigente e do infeliz, / e a vida dos humildes salvará. – R.

Segunda Leitura: Efésios 3,2-3.5-6
2Irmãos, se ao menos soubésseis da graça que Deus me concedeu para realizar o seu plano a vosso respeito 3e como, por revelação, tive conhecimento do mistério. 5Esse mistério, Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas, mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e profetas: 6os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo por meio do Evangelho.
Palavra do Senhor.

Evangelho Mateus 2,1-12
1Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, 2perguntando: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”. 3Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado, assim como toda a cidade de Jerusalém. 4Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da Lei, perguntava-lhes onde o Messias deveria nascer. 5Eles responderam: “Em Belém, na Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta: 6‘E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo’”. 7Então Herodes chamou em segredo os magos e procurou saber deles cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. 8Depois os enviou a Belém, dizendo: “Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo”. 9Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. 10Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. 11Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. 12Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho.
Palavra da salvação.

SABOR DA PALAVRA
“Onde está o rei dos judeus? Viemos adora-lo”

Hoje celebramos a Epifania do Senhor, conhecido no Brasil como o dia dos Reis Magos. Porém, o que celebramos como Igreja é mais profundo, é a manifestação luminosa de Jesus a todos os povos, o mistério em torno ao qual giram as celebrações de Natal.

A nossa rica tradição cristã foi focando a nossa atenção na figura dos magos do oriente, determinando quantos eram, dando-lhes um nome a cada um e acrescentando-lhes o título de reis. Superando estes acréscimos, concentremo-nos na própria Palavra para entrar na profundidade da Epifania. Primeiramente, encontramo-nos com a busca dos magos que, movidos pela visão de uma estrela, viajaram de Oriente até Jerusalém perguntando-se: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nos vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” (Mt 2, 2). Imaginemo-nos o incômodo que geraram em Herodes, rei de Israel, perguntando para ele onde acaba de nascer o rei dos judeus. Questiona-nos, como os próprios judeus nem perceberam a luz do Messias que tinha nascido, mas foram pessoas de povos não judaicos que o reconheceram. Já desde o nascimento de Jesus começamos a descobrir a universalidade da sua salvação, que não se restringe a um grupo seleto de pessoas, mas é a todos os povos que veio iluminar para tirar-nos das trevas.

A figura dos magos nos indica pessoas de profunda sabedoria, atentos aos sinais de Deus na própria existência, desejosos de buscar a luz e dispostos a se converter. Que a exemplo deles, neste ano, possamos deixar-nos iluminar por Cristo e, oferecendo-lhe o melhor de nós mesmos como os presentes dos magos, possamos também adorá-Lo. Assim sejamos espelho da sua luz para o nosso mundo.

Reflexão dos Noviços da Província

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Missão Haiti - Quando a Fraternidade atravessou fronteiras - A Serviço da Vida ep. 54 (31/12/2023)

 



A missão mais desafiadora da Associação e Fraternidade. Em 2011 fomos ao Haiti após o terremoto, e nossa dimensão missionária se inflamou ao perceber a necessidade daquele povo sofrido. Conheça essa história. 

Direção Geral: Frei Francisco 
Imagens: Emerson Vieira 
Edição e Finalização: Renan Aker 
Roteiro: Emerson Vieira, Renan aker 
Departamento de Comunicação/Captação: Emerson Vieira, Vinicius Melo, Renan Aker, Anderson Peres, Higor Farinaci 
Produção: Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus 
Apresentação: Frei Tarcísio Marchini 

Nosso Instagram: @associacaoLarSaoFrancisco e @Franciscanosnaprovidencia