"Senhor, fazei-me instrumento de Vossa Paz"
São Francisco de Assis

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domingo, 6 de agosto de 2017

SÃO FRANCISCO E OS LEPROSOS(Vídeo)



Francisco de Assis, o amante de toda humildade transferiu-se para um leprosário. Vivia com os leprosos, servindo a todos por amor de Deus, com toda diligência. Lavava-lhes a podridão dos corpos e limpava até o pus de suas chagas, como escreveu em seu Testamento: "Como estivesse ainda em pecado, parecia-me deveras insurportável olhar para leprosos, mas o Senhor me conduziu para o meio deles e eu tive misericórdia com eles".
Esta visão lhe era de tal modo insurportável que segundo suas próprias palavras, no tempo de sua vida mundana, tapava o nariz só ao ver suas cabanas a duas milhas de distância. Mas, como por graça e força do Altíssimo, já tinha começado a pensar nas coisas santas e úteis, quando ainda vivia como secular, encontrou-se um dia com um leproso e superando a si mesmo, aproximou-se e o beijou.

(TOMÁS DE CELANO - VIDA I, Capítulo 7, 17)

Arquivos PSC


O BEIJO NO LEPROSO

Segundo o escritor Gianmaria Polidoro, em “Francisco” (Vozes), entre os anos de 1205 e 1206, não sabemos qual de dois grandes acontecimentos tenha tido a precedência na perturbação da calma eremítica de Francisco, sempre pensativo quanto ao caminho a seguir. Não foi através da meditação que descobriu a estrada certa. Encontrou-a diante de si no exato momento em que se viu envolvido por duas extraordinárias experiências que lhe abriram um horizonte excitante: o encontro com o leproso na planície de Assis e a voz do Crucifixo que lhe falou em São Damião.
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Em 1206, passeando a cavalo pelas campinas de Assis, viu um leproso, que sempre lhe parecera um ser horripilante, repugnante à vista e ao olfato, cuja presença sempre lhe havia causado invencível nojo.
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Mas, então, como que movido por uma força superior, apeou do cavalo, e, colocando naquelas mãos sangrentas seu dinheiro, aplicou ao leproso um beijo de amizade. Talvez a motivação para este nobre e significativo gesto tenha sido a recordação daquela frase do Evangelho: “Tudo o que fizerdes ao menor de meus irmãos, é a mim que o fazeis” (Mt 10,42).
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Falando depois a respeito desse momento, ele diz: “O que antes me era amargo, mudou-se então em doçura da alma e do corpo. A partir desse momento, pude afastar-me do mundo e entregar-me a Deus”.
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Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
http://www.franciscanos.org.br


domingo, 21 de abril de 2013

Aproximação de São Francisco dos leprosos.



Foi assim que o Senhor concedeu a mim, Frei Francisco, começar a fazer penitência: como eu estivesse em pecado, parecia-me sobremaneira amargo ver leprosos.
E o próprio Senhor me conduziu entre eles, e fiz misericórdia com eles.
E afastando-me deles, aquilo que me parecia amargo se me converteu em doçura de alma e de corpo; e, depois, demorei só um pouco e saí do mundo (Test. 1-2).

Comentário:
Estamos aproximando dos leprosos do mundo de hoje como fez São Francisco? (Na imagem vemos Francisco ainda jovem, rico se aproximando de um leproso e beijando-lhe a mão, naquele momento ele havia percebido a sua missão.)

Quantas vezes desviamos das pessoas que estão caídas nas calçadas, drogadas, alcoolizadas ou simplesmente abandonadas e sem forças para se reerguerem?

Talvez um simples bom-dia, pode causar nessa pessoa uma grande transformação de auto-confiança em si. Não há necessidade de muito, Nosso Senhor nunca disse para que sejamos destribuidores de dinheiro,mas que ensinassemos aos necessitados a pescar e nunca dar o peixe.

Mas não fazemos isso, a maioria muda de calçada, desvia os olhos, desdenhamos ou até maltratamos nossos irmãos infortunados.

Qualquer um de nós poderiamos estar naquelas condições, e não é dificil tambem cairmos para junto deles, pois não somos fortes como pensamos, somos frágeis se estivermos sozinhos sem amigos, ou por um motivo qualquer longe de Deus e de Sua Igreja.
Então façamos como São Francisco aproximemos daqueles que ninguem vê, se for dificil, que seja como uma penitência.

PAZ E BEM!

segunda-feira, 11 de março de 2013

O encontro com o leproso: o dom de morrer por amor

Foi assim que o Senhor concedeu a mim, Frei Francisco, começar a fazer penitência: como eu estivesse em pecado, parecia-me sobremaneira amargo ver leprosos. E o próprio Senhor me conduziu entre eles, e fiz misericórdia com eles. E afastando-me deles, aquilo que me parecia amargo se me converteu em doçura de alma e de corpo; e, depois, demorei só um pouco e saí do mundo (Test. 1-2).
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O abraço do leproso é indicado por Francisco mesmo como o ponto culminante de sua experiência de conversão.
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Ele, dócil ao Espírito, cumpriu um caminho de progressiva libertação: atravessou/superou o medo da pobreza material e de perder a própria auto-imagem (humilhação, rejeição, desprezo), não necessita mais se sentir excepcional e de ser servil; agora experimenta o trecho mais difícil no crescimento espiritual: morrer por amor.
O abraço ao leproso tem todo o sabor de um olhar a morte no rosto: risco da morte física e certeza da morte social. Mas, tem também o sabor do amor: o amor que dá coragem de transgredir as leis e as normas humanas que segregam os leprosos; o amor que dá a coragem também de morrer para o outro.
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Quem olhou a morte de frente, em particular quem fez por amor, reencontra um modo novo de viver: experimenta cores mais vivas, um respiro aberto, quase uníssono com o da natureza, uma leveza e uma liberdade interior que dão acesso a uma alegria e a uma luz que habitam no profundo.
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Francisco vê de modo retrospectivo a própria vida claramente dividida em duas partes: antes e depois do abraço ao leproso.
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Todo acontecimento radical, todo apaixonamento envolve todas as experiências precedentes em um advérbio que é antes de tudo uma indicação do tempo interior: "antes", ou seja, na pré-história de minha vida.

SALONIA, Frei Giovanni (OFMCap). Kairós - Direção Espiritual e Animação Comunitária. p. 62-63.