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São Francisco de Assis

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sábado, 22 de novembro de 2014

Frei Luís Flávio Cappio e a luta contra a transposição do Rio São Francisco. Artigo de Frei Gilvander Luiz Moreira

“Meu rio de São Francisco, nesta grande turvação, vim te dar um gole d’água e pedir sua bênção”. (Inspirado em Guimarães Rosa, refrão de música de frei Luiz)

                                 Fotos internet  
[EcoDebate] Um testemunho espiritual e profético na luta pela Sustentabilidade da Vida

1. Pra começo de conversa

A maior devastação ambiental da história do Brasil está em curso e cresce em progressão geométrica. Eis um sinal dos tempos e um sinal dos lugares que compõem o Brasil. Do pau-brasil a brasas, eis um futuro iminente do país-continente aclamado por tantos no passado como um paraíso terrestre, caso não consigamos frear a avalanche de devastação ambiental da nossa única casa comum: o Planeta Terra.

A Transposição de águas do Rio São Francisco é algo muito grave que está acontecendo no Brasil. O Governo do Presidente Lula se nega “com unhas e dentes” a um diálogo franco e transparente sobre o projeto. O poder midiático compactua com o Governo Federal e não abre espaço para que um debate autêntico seja feito. Muitos movimentos populares, sob a liderança da Comissão Pastoral da Terra – CPT – e da Articulação do Semi-Árido – ASA – continuam aguerridamente a luta contra a transposição, em defesa de uma autêntica revitalização da bacia são-franciscana e por um Projeto de Convivência com o Semi-Árido.

Em 2005, Dom Cappio fez um jejum (“greve de fome”) de 11 dias, entre 26 de setembro e 05 de outubro, em Cabrobó, PE, contra a Transposição do Rio São Francisco, em defesa da Revitalização da bacia são-franciscana e de um Projeto de Convivência com o Semi-Árido.


Frei Luís Flávio Cappio: depoimento



E não é que fomos recebidos pelo Frei Luís Cappio? Ele mora em Barra, (antiga Vila de São Francisco de Chagas da Barra do Rio Grande) onde o Rio Grande passeia lado a lado com o velho Chico, no Médio São Francisco.
Dom Luís tem uma forte ligação com o rio. Por volta de 1992, iniciou sua peregrinação da nascente à foz. A viagem durou um ano. Segundo ele, e assim conta no seu livro "O Rio São Francisco - Uma Caminhada entre Vida e Morte", pela Editora Vozes, ele buscava chamar às pessoas, os olhos para grandiosidade do rio e a necessidade de sua preservação. A séria questão de existência para todos os seres vivos.
É expedicionário, assim como nós. De canto em canto, vê as histórias do povo e sua forma de amar, cheia de generosidade. Também aprendeu a admirar o jeito de como eles lindam com as questões da vida. E para ilustrar, nos conta a história de Maria do Sal, lá de Santo Inácio, e sua fidelidade ao único amor da sua vida: um mascate que prometeu ama-la para sempre e por isto, se tornou seu único e grande tesouro. Dom Luís conversa com a gente pela voz das pessoas que conheceu e com elas aprendeu as lições da vida.
Deixamos presentes: as histórias de Minas em DVD e uma centena de fitinhas. E levamos daquele que é um dos líderes de projeção contra a transposição do Rio São Francisco e em defesa dos direitos dos povos ribeirinhos, a grata alegria em ter conhecido um homem que ama, verdadeiramente, o povo do Velho Chico.

Texto e vídeo:
Amores no Velho Chico Expedição

Para conhecer mais e outras histórias, acesse: http://www.amoresnovelhochico.com.br/