"Senhor, fazei-me instrumento de Vossa Paz"
São Francisco de Assis

segunda-feira, 14 de julho de 2025

São Camilo de Léllis-Padroeiro dos Enfermos, dos Doentes e dos Hospitais

 


Camila Compelli e João de Lellis eram já idosos quando o filho foi anunciado. Ele, um militar de carreira, ficou feliz, embora passasse pouco tempo em casa. Ela também, mas um pouco constrangida, por causa dos quase sessenta anos de idade. Do parto difícil, nasceu Camilo, uma criança grande e saudável, apenas de tamanho acima da média. Ele nasceu no dia 25 de maio de 1550, na pequena Bucchianico, em Chieti, no Sul da Itália.
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Cresceu e viveu ao lado da mãe, uma boa cristã, que o educou dentro da religião e dos bons costumes. Ela morreu quando ele tinha treze anos de idade. Camilo não gostava de estudar e era rebelde. Foi então residir com o pai, que vivia de quartel em quartel, porque, viciado em jogo, ganhava e perdia tudo o que possuía. Apesar do péssimo exemplo, era um bom cristão e amava o filho. Percebendo que Camilo, aos quatorze anos, não sabia nem ler direito, colocou-o para trabalhar como soldado. O jovem, devido à sua grande estatura e físico atlético, era requisitado para os trabalhos braçais e nunca passou de soldado, por falta de instrução.

Tinha dezenove anos de idade quando o pai morreu e deixou-lhe como herança apenas o punhal e a espada. Na ocasião, Camilo já ganhara sua própria fama, de jogador fanático, briguento e violento, era um rapaz bizarro. Em 1570, após uma conversa com um frade franciscano, sentiu-se atraído a ingressar na Ordem, mas foi recusado, porque apresentava uma úlcera no pé. Ele então foi enviado para o hospital de São Tiago, em Roma, que diagnosticou o tumor incurável.

Sem dinheiro para o tratamento, conseguiu ser internado em troca do trabalho como servente. Mesmo assim, afundou-se no jogo e foi posto na rua. Sabendo que o mosteiro dos capuchinhos estava sendo construído, ofereceu-se como ajudante de pedreiro e foi aceito.

O contato com os franciscanos foi fundamental para sua conversão.

Um dia, a caminho do trabalho, teve uma visão celestial, nunca revelada a ninguém. Estava com vinte e cinco anos de idade, largou o jogo e pediu para ingressar na Ordem dos Franciscanos. Não conseguiu, por causa de sua ferida no pé.

Mas os franciscanos o ajudaram a ser novamente internado no hospital de São Tiago, que, passados quatro anos, estava sob a sua direção. Camilo, já tocado pela graça, dessa vez, além de tratar a eterna ferida passou a cuidar dos outros enfermos, como voluntário. Mas preferia assistir aos doentes mais repugnantes e terminais, pois percebeu que os funcionários, apesar de bem remunerados, abandonavam-nos à própria sorte, deixando-os passar privações e vexames.

Neles, Camilo viu o próprio Cristo e por eles passou a viver. Em 1584, sob orientação do amigo e contemporâneo, também fundador e santo, padre Filipe Néri, constituiu uma irmandade de voluntários para cuidar dos doentes pobres e miseráveis, depois intitulada Congregação dos Ministros Camilianos. Ainda com a ajuda de Filipe Néri, estudou e vestiu o hábito negro com a cruz vermelha de sua própria Ordem, pois sua congregação, em 1591, recebeu a aprovação do Vaticano, sendo elevada à categoria de ordem religiosa.

Eleito para superior, dirigiu por vinte anos sua Ordem dos padres enfermeiros, dizem que com “mão de ferro” e a determinação militar recebida na infância e juventude. Depois, os últimos sete anos de vida preferiu ficar ensinado como os doentes deviam ser tratados e conviver entre eles. Mesmo sofrendo terríveis dores nos pés, Camilo ia visitar os doentes em casa e, quando necessário, chegava a carregá-los nas costas para o hospital. Nessa hora, agradecia a Deus a estatura física que lhe dera.

Recebeu o dom da cura pelas palavras e orações, logo a sua fama de padre milagreiro correu entre os fiéis, que, ricos e pobres, procuravam sua ajuda. Era um homem muito querido em toda a Itália, quando morreu em 14 de julho de 1614. Foi canonizado em 1746. São Camilo de Lellis, em1886, foi declarado Padroeiro dos Enfermos, dos Doentes e dos Hospitais.


A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Francisco Solano e Gaspar de Bene


sexta-feira, 11 de julho de 2025

SÃO BENTO -DATA 11 DE JULHO















Em 1964, Paulo VI declarava São Bento padroeiro principal da Europa, tributando desse modo justo reconhecimento ao santo a quem a civilização europeia deve muito. Nascido Benedetto da Nórcia, foi um monge italiano, fundador da Ordem dos Beneditinos, uma das maiores ordens monásticas do mundo. Foi o criador da Regra de São Bento, um dos mais importantes e utilizados regulamentos de vida monástica, inspiração de muitas outras comunidades religiosas. Era irmão gêmeo de Santa Escolástica. Foi designado patrono da Alemanha também. É venerado não apenas por católicos, como também por ortodoxos. Foi o fundador da Abadia do Monte Cassino, na Itália, destruída durante a Segunda Guerra Mundial e posteriormente restaurada.

Quatro anos antes do seu nascimento, que foi em Núrcia, pelo ano de 480, o bárbaro rei dos hérulos matou o último imperador romano, fechou definitivamente o capítulo do domínio de Roma: a sobrevivência da cultura romana só foi possível através do empenho religioso e cultural dos monges. Com São Bento abre-se precisamente o glorioso capítulo da vida monástica ocidental.

Bento pertencia à influente e nobre família Anícia e tinha uma irmã gêmea chamada Escolástica, também fundadora e santa da Igreja. Era ainda muito jovem quando foi enviado a Roma para aprender retórica e filosofia. No entanto, decepcionado com a vida mundana e superficial da cidade eterna, retirou-se para Enfide, hoje chamada de Affile. Levando uma vida ascética e reclusa, passou a se dedicar ao estudo da Bíblia e do cristianismo.

Ainda não satisfeito, aos vinte anos isolou-se numa gruta do monte Subiaco, sob orientação espiritual de um velho monge da região chamado Romano. Assim viveu por três anos, na oração e na penitência, estudando muito. Depois, agregou-se aos monges de Vicovaro, que logo o elegeram seu prior. Mas a disciplina exigida por Bento era tão rígida, que esses monges indolentes tentaram envenená-lo. Segundo seu biógrafo, ele teria escapado porque, ao benzer o cálice que lhe fora oferecido, o mesmo se partiu em pedaços.

Bento abandonou, então, o convento e, na companhia de mais alguns jovens, entre eles Plácido e Mauro, emigrou para Nápoles. Lá, no sopé do monte Cassino, onde antes fora um templo pagão, construiu o seu primeiro mosteiro.

Era fechado dos quatro lados como uma fortaleza e aberto no alto como uma grande vasilha que recebia a luz do céu. O símbolo e emblema que escolheu foram a cruz e o arado, que passaram a ser o exemplo da vida católica dali em diante.

As regras rígidas não poderiam ser mais simples: “Ora e trabalha”. Acrescentando-se a esse lema “leia”, pois, para Bento, a leitura devia ter um espaço especial na vida do monge, principalmente a das Sagradas Escrituras. Desse modo, estabelecia-se o ritmo da vida monástica: o justo equilíbrio, do corpo, da alma e do espírito, para manter o ser humano em comunhão com Deus. Ainda, registrou que o monge deve ser “não soberbo, não violento, não comilão, não dorminhoco, não preguiçoso, não detrator, não murmurador”.

A oração e o trabalho seriam o caminho para edificar espiritual e materialmente a nova sociedade sobre as ruínas do Império Romano que acabara definitivamente. Nesse período, tão crítico para o continente europeu, este monge tão simples, e por isto tão inspirado, propôs um novo modelo de homem: aquele que vive em completa união com Deus, através do seu próprio trabalho, fabricando os próprios instrumentos para lavrar a terra. A partir de Bento, criou-se uma rede monástica, que possibilitou o renascimento da Europa.

Celebrado pela Igreja no dia 11 de julho, ele teria profetizado a morte de sua irmã e a própria. São Bento não foi o fundador do monaquismo cristão, que já existia havia três séculos no Oriente. Mas merece o título de “Pai do Monaquismo Ocidental”, que ali só se estabeleceu graças às regras que ele elaborou para os seus monges, hoje chamados “beneditinos”.


São Bento de Núrcia

Queridos irmãos e irmãs!

Gostaria hoje de falar de São Bento, fundador do monaquismo ocidental, e também Padroeiro do meu pontificado. Começo com uma palavra de São Gregório Magno, que escreve de São Bento: “O homem de Deus que brilhou nesta terra com tantos milagres não resplandeceu menos pela eloquência com que soube expor a sua doutrina” (Dial. II, 36). O grande Papa escreveu estas palavras no ano de 592; o santo monge tinha falecido 50 anos antes e ainda estava vivo na memória do povo, sobretudo na florescente Ordem religiosa por ele fundada. São Bento de Núrcia com a sua vida e a sua obra exerceu uma influência fundamental sobre o desenvolvimento da civilização e da cultura europeia. A fonte mais importante sobre a sua vida é o segundo livro dos Diálogos de São Gregório Magno. Não é uma biografia no sentido clássico. Segundo as ideias do seu tempo, ele pretende ilustrar mediante o exemplo de um homem concreto precisamente de São Bento a subida aos cumes da contemplação, que pode ser realizada por quem se abandona a Deus. Portanto, tem-se um modelo da vida humana como subida para o vértice da perfeição. São Gregório Magno narra também, neste livro dos Diálogos, de muitos milagres realizados pelo Santo, e também aqui não quer narrar simplesmente algo de estranho, mas demonstrar como Deus, admoestando, ajudando e também punindo, intervenha nas situações concretas da vida do homem. Quer mostrar que Deus não é uma hipótese distante colocada na origem do mundo, mas está presente na vida do homem, de cada homem.

Esta perspectiva do “biógrafo” explica-se também à luz do contexto geral do seu tempo: entre os séculos V e VI o mundo estava envolvido por uma tremenda crise de valores e de instituições, causada pela queda do Império Romano, pela invasão dos novos povos e pela decadência dos costumes. Com a apresentação de São Bento como “astro luminoso”, Gregório queria indicar nesta situação atormentada, precisamente aqui nesta cidade de Roma, a saída da “noite escura da história” (cf. João Paulo II, Insegnamenti, II/1, 1979, p. 1158). De facto, a obra do Santo e, de modo particular, a sua Regra revelaram-se portadoras de um autêntico fermento espiritual, que mudou no decorrer dos séculos, muito além dos confins da sua Pátria e do seu tempo, o rosto da Europa, suscitando depois da queda da unidade política criada pelo império romano uma nova unidade espiritual e cultural, a da fé cristã partilhada pelos povos do continente. Surgiu precisamente assim a realidade à qual nós chamamos “Europa”.

O nascimento de São Bento é datado por volta de 480. Provinha, assim diz São Gregório, “ex provincia Nursiae” da região da Núrcia. Os seus pais abastados enviaram-no para Roma para a sua formação nos estudos. Mas ele não permaneceu por muito tempo na Cidade eterna. Como explicação plenamente credível, Gregório menciona o facto de que o jovem Bento sentia repugnância pelo estilo de vida de muitos dos seus companheiros de estudos, que viviam de modo dissoluto, e não queria cair nos mesmos erros deles. Desejava aprazer unicamente a Deus; “soli Deo placere desiderans” (II Dial., Prol. 1). Assim, ainda antes da conclusão dos seus estudos, Bento deixou Roma e retirou-se na solidão dos montes a leste da cidade. Depois de uma primeira estadia na aldeia de Effide (actualmente Affile), onde durante um certo período se associou a uma “comunidade religiosa” de monges, fez-se eremita na vizinha Subiaco. Ali viveu durante três anos completamente sozinho numa gruta que, a partir da Alta Idade Média, constitui o “coração” de um mosteiro beneditino chamado “Sagrada Espelunca”. O período em Subiaco, marcado pela solidão com Deus, foi para Bento um tempo de maturação. Ali tinha que suportar e superar as três tentações fundamentais de cada ser humano: a tentação da auto-suficiência e do desejo de se colocar no centro, a tentação da sensualidade e, por fim, a tentação da ira e da vingança. De fato, Bento estava convencido de que, só depois de ter vencido estas tentações, ele teria podido dizer aos outros uma palavra útil para as suas situações de necessidade. E assim, tendo a alma pacificada, estava em condições de controlar plenamente as pulsões do eu, para deste modo ser um criador de paz em seu redor. Só então decidiu fundar os seus primeiros mosteiros no vale do Anio, perto de Subiaco.

No ano de 529, Bento deixou Subiaco para se estabelecer em Montecassino. Alguns explicaram esta transferência como uma fuga das maquinações de um invejoso eclesiástico local. Mas esta tentativa de explicação revelou-se pouco convincente, dado que Bento não regressou para lá depois da morte repentina do mesmo (II Dial. 8). Na realidade, esta decisão impôs-se-lhe porque tinha entrado numa nova fase da sua maturação interior e da sua experiência monástica. Segundo Gregório Magno, o Êxodo do vale remoto do Anio para Monte Cassio uma altura que, dominando a vasta planície circunstante, se vê ao longe reveste um carácter simbólico: a vida monástica no escondimento tem uma sua razão de ser, mas um mosteiro tem também uma sua finalidade pública na vida da Igreja e da sociedade, deve dar visibilidade à fé como força de vida. De facto, quando, em 21 de Março de 574, Bento concluiu a sua vida terrena, deixou com a sua Regra e com a família beneditina por ele fundada um patrimônio que deu nos séculos passados e ainda hoje continua a dar frutos em todo o mundo.

Em todo o segundo livro dos Diálogos, Gregório ilustra-nos como a vida de São Bento estivesse imersa numa atmosfera de oração, fundamento portante da sua existência. Sem oração não há experiência de Deus. Mas a espiritualidade de Bento não era uma interioridade fora da realidade. Na agitação e na confusão do seu tempo, ele vivia sob o olhar de Deus e precisamente assim nunca perdeu de vista os deveres da vida quotidiana e o homem com as suas necessidades concretas. Ao ver Deus compreendeu a realidade do homem e a sua missão. Na sua Regra ele qualifica a vida monástica “uma escola ao serviço do Senhor” (Prol. 45) e pede aos seus monges que “à Obra de Deus [ou seja, ao Ofício Divino ou à Liturgia das Horas] nada se anteponha” (43, 3). Mas ressalta que a oração é em primeiro lugar um ato de escuta (Prol. 9-11), que depois se deve traduzir em ação concreta. “O Senhor aguarda que nós respondamos todos os dias com os factos aos seus ensinamentos”, afirma ele (Prol. 35). Assim a vida do monge torna-se uma simbiose fecunda entre ação e contemplação “para que em tudo seja glorificado Deus” (57, 9). Em contraste com uma auto-realização fácil e egocêntrica, hoje com frequência exaltada, o primeiro e irrenunciável compromisso do discípulo de São Bento é a busca sincera de Deus (58, 7) sobre o caminho traçado pelo Cristo humilde e obediente (5, 13), ao amor do qual ele nada deve antepor (4, 21; 72, 11) e precisamente assim, no serviço do outro, se torna homem do serviço e da paz. Na prática da obediência realizada com uma fé animada pelo amor (5, 2), o monge conquista a humildade (5, 1), à qual a Regra dedica um capítulo inteiro (7). Desta forma o homem torna-se cada vez mais conforme com Cristo e alcança a verdadeira auto-realização como criatura à imagem e semelhança de Deus.

À obediência do discípulo deve corresponder a sabedoria do Abade, que, no mosteiro, desempenha “as funções de Cristo” (2, 2; 63, 13). A sua figura, delineada sobretudo no segundo capítulo da Regra, com um perfil de espiritual beleza e de compromisso exigente, pode ser considerada como um auto-retrato de Bento, porque como escreve Gregório Magno “o Santo não pôde de modo algum ensinar de uma forma diferente da qual viveu” (Dial. II, 36). O Abade deve ser ao mesmo tempo terno e mestre severo (2, 24), um verdadeiro educador. Inflexível contra os vícios, é contudo chamado sobretudo a imitar a ternura do Bom Pastor (27, 8), a “ajudar e não a dominar” (64, 8), a “acentuar mais com os factos do que com as palavras tudo o que é bom e santo” e a “ilustrar os mandamentos divinos com o seu exemplo” (2, 12). Para ser capaz de decidir responsavelmente, também o Abade deve ser homem que escuta “os conselhos dos irmãos” (3, 2), porque “muitas vezes Deus revela ao mais jovem a solução melhor” (3, 3). Esta disposição torna surpreendentemente moderna uma Regra escrita há quase quinze séculos! Um homem de responsabilidade pública, e também em pequenos âmbitos, deve ser sempre também um homem que sabe ouvir e aprender de quanto ouve.

Bento qualifica a Regra como “mínima, traçada só para o início” (73, 8); mas, na realidade, ela pode oferecer indicações úteis não só para os monges, mas também para todos os que procuram uma guia no seu caminho rumo a Deus. Pela sua ponderação, a sua humanidade e o seu discernimento entre o essencial e o secundário na vida espiritual, ele pôde manter a sua força iluminadora até hoje. Paulo VI, proclamando a 24 de Outubro de 1964 São Bento Padroeiro da Europa, pretendeu reconhecer a obra maravilhosa desempenhada pelo Santo mediante a Regra para a formação da civilização e da cultura europeia. Hoje a Europa que acabou de sair de um século profundamente ferido por duas guerras mundiais e depois do desmoronamento das grandes ideologias que se revelaram como trágicas utopias está em busca da própria identidade. Para criar uma unidade nova e duradoura, são sem dúvida importantes os instrumentos políticos, econômicos e jurídicos, mas é preciso também suscitar uma renovação ética e espiritual que se inspire nas raízes cristãs do Continente, porque de outra forma não se pode reconstruir a Europa. Sem esta linfa vital, o homem permanece exposto ao perigo de sucumbir à antiga tentação de se querer remir sozinho utopia que, de formas diferentes, na Europa do século XX causou, como revelou o Papa João Paulo II, “um regresso sem precedentes ao tormento histórico da humanidade” (Insegnamenti, XIII/1, 1990, p. 58). Procurando o verdadeiro progresso, ouvimos também hoje a Regra de São Bento como uma luz para o nosso caminho. O grande monge permanece um verdadeiro mestre em cuja escola podemos aprender a arte de viver o humanismo verdadeiro.

PAPA BENTO XVI



sexta-feira, 4 de julho de 2025

Santa Isabel de Portugal






Isabel nasceu na Espanha, em 1271. Entre seus antepassados estão muitos santos, reis e imperadores. Era filha de Pedro II, rei de Aragão, que, no entanto, era um jovem príncipe quando ela nasceu. Sem querer ocupar-se com a educação da filha, o monarca determinou que fosse cuidada pelo avô, Tiago I, que se convertera ao cristianismo e levava uma vida voltada para a fé. Sorte da pequena futura rainha, que recebeu, então, uma formação perfeita e digna no seguimento de Cristo.
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Tinha apenas doze anos quando foi pedida em casamento por três príncipes, como nos contos de fadas. Seu pai escolheu o herdeiro do trono de Portugal, dom Dinis. Esse casamento significou para Isabel uma coroa de rainha e uma cruz de martírio, que carregou com humildade e galhardia nos anos seguintes de sua vida.
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Isabel é tida como uma das rainhas mais belas das cortes espanhola e portuguesa; além disso, possuía uma forte e doce personalidade, era também muito inteligente, culta e diplomata. Ela deu dois filhos ao rei: Constância, que seria no futuro rainha de Castela, e Afonso, herdeiro do trono de Portugal. Mas eram incontáveis as aventuras extraconjugais do rei, tão conhecidas e comentadas que humilhavam profundamente a bondosa rainha perante o mundo inteiro.
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Ela nunca se manifestava sobre a situação, de nada reclamava e a tudo perdoava, mantendo-se fiel ao casamento em Deus, que fizera. Criou os filhos, inclusive os do rei fora do casamento, dentro dos sinceros preceitos cristãos.
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Perdeu cedo a filha e o genro, criando ela mesma o neto, também um futuro monarca. Não bastassem essas amarguras familiares, foi vítima das desavenças políticas do marido com parentes e, sobretudo, do comportamento de seu filho Afonso, que tinha uma personalidade combativa. Depois, ainda foi caluniada por um cortesão que dela não conseguiu se aproximar. A rainha muito sofreu e muito lutou até provar inocência de forma incontestável.
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Sua atuação nas disputas internas das cortes de Portugal e Espanha, nos idos dos séculos XIII e XIV, está contida na história dessas cortes como a única voz a pregar a concórdia e conseguir a pacificação entre tantos egos desejosos de poder. Ao mesmo tempo, ajudava amenizar as desgraças do povo pobre e as dores dos enfermos abandonados, com a caridade da sua esmola e sua piedade cristã.
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Ergueu o Mosteiro de Santa Clara de Coimbra para as jovens piedosas da corte, O mosteiro cisterciense de Almoste e o santuário do Espírito Santo em Alenquer. Também fundou, em Santarém, o Hospital dos Inocentes, para crianças cujas mães, por algum motivo, desejavam abandonar. Com suas posses sustentava asilos e creches, hospitais para velhos e doentes, tratando pessoalmente dos leprosos. Sem dúvida foi um perfeito símbolo de paz, do seu tempo.

Quando o marido morreu, em 1335, Isabel recolheu-se no mosteiro das Clarissas de Coimbra, onde ingressou na Ordem Terceira Franciscana. Antes, porém, abdicou de seu título de nobreza, indo depositar a coroa real no altar de São Tiago de Compostela. Doou toda a sua imensa fortuna pessoal para as suas obras de caridade. Viveu o resto da vida em pobreza voluntária, na oração, piedade e mortificação, atendendo os pobres e doentes, marginalizados.
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A rainha Isabel de Portugal morreu, em Estremoz, no dia 4 de julho de 1336. Venerada como santa, foi sepultada no Mosteiro de Coimbra e canonizada pelo papa Urbano VIII em 1665. Santa Isabel de Portugal foi declarada padroeira deste país, sendo invocada pelos portugueses como “a rainha santa da concórdia e da paz”.


A minha oração

“Santa Isabel, fostes uma exímia esposa, mãe, serva, rainha e religiosa, porque em tudo se dedicou ao amor a Deus e ao próximo, intercede por nós junto ao Senhor, para que também saibamos amar e nos doar a Ele e aos nossos irmãos. 

quinta-feira, 3 de julho de 2025

SÃO TOMÉ O apóstolo que proclamou conhecida profissão de fé: "Meu Senhor e meu Deus"
















Hoje é a festa de São Tomé, apóstolo que proclamou conhecida profissão de fé "Meu Senhor e meu Deus"

Neste dia 3 de julho, é celebrado São Tomé, recordado por ter duvidado da Ressurreição de Cristo até que o Senhor apareceu a ele, mostrando-lhe as chagas e o Apóstolo fez uma profissão de fé, repetida muitas vezes até os dias de hoje. Mais tarde, veio a morrer como um grande mártir.
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No Evangelho de São João (20,19-29), Jesus ressuscitado apareceu aos seus discípulos quando as portas estavam trancadas, pôs-se no meio deles e disse-lhes: “A paz esteja convosco”.

Nesta ocasião, Tomé não estava presente e, quando seus companheiros lhe contaram que tinham visto o Senhor, ele duvidou. “Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei”, disse.
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Oito dias depois, quando todos estavam novamente no mesmo lugar, inclusive Tomé, Jesus voltou a aparecer-lhes e repetiu a saudação: “A paz esteja convosco”.
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Depois disse a Tomé: “Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé”. Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” Jesus disse: “Creste, porque me viste. Felizes aqueles que creem sem ter visto”.
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São Tomé era judeu, natural da Galileia e pescador. Jesus o escolheu como um dos doze Apóstolos e foi a ele quem o Senhor fez uma revelação especial na Última Ceia.
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“Disse-lhe Tomé: ‘Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?’ Jesus lhe respondeu: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim’” (Jo 14,5-6).

São Tomé pregou na Pérsia e região ao redor, Índia e Etiópia. A tradição diz que foi vendido como escravo para o rei indiano Gundafar, que buscava um arquiteto para construir seu palácio e sabia que o santo era conhecedor desta técnica.
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O Apóstolo pregou para a filha do rei sobre as vantagens da castidade e, por isso, foi aprisionado, mas milagrosamente escapou da prisão. No entanto, morreu como mártir na costa de Coromandel (Madrás – Índia). Ali foi descoberto seu corpo com marcas de lanças.
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Séculos depois, seus ossos foram levados para Edessa e atualmente encontram-se na Catedral de Ortona (Itália).

É representado com uma lança ou um cinturão, porque se diz que, depois da Assunção de Maria, foi ao sepulcro dela e pegou o cinturão da Virgem que estava lá e que hoje é venerado na Catedral de Prato (Itália).

Reflexão

( cf. São Gregório Magno) Mais proveitosa foi para a nossa fé a incredulidade de Tomé do que a fé dos discípulos que não duvidaram. Deste modo, o discípulo que duvidou e tocou, tornou-se testemunha da realidade da ressurreição. Ele viu a humanidade de Jesus e fez profissão de fé na sua divindade exclamando: “Meu Senhor e meu Deus”. Portanto, tendo visto acreditou, porque tendo à sua vista um homem verdadeiro, exclamou que era Deus, a quem não podia ver.

Oração

Concedei-nos, Deus onipotente, a graça de celebrar com alegria a festa do apóstolo São Tomé, de modo que, ajudados pela sua intercessão, tenhamos a vida pela fé em Jesus Cristo, que ele reconheceu como Senhor. 
Por Cristo nosso Senhor. Amém!

Fonte: ACI Digital / Padre Evaldo César de Souza, CSsR




domingo, 29 de junho de 2025

São Pedro Apóstolo e Primeiro Papa.

 


#SãoPedro

Foi o próprio Cristo quem mudou o nome de Simão para Pedro ou Cefas, que significa “Rocha” (João 1,42). Ninguém, exceto Deus e de certo modo indiretamente Abraão (Is 51,1-2), foi chamado especificamente de “rocha”, nem nunca foi usado como um nome próprio para pessoas. Dar o nome de “rocha” a São Pedro indica que Nosso Senhor lhe confiou uma autoridade especial.
A própria mudança do nome de “Simão” para “Pedro” ou “Rocha” indica o apóstolo sendo chamado para um papel de destaque na liderança. Lembre-se de como o nome de Abrão foi mudado para Abraão (Gn 17,5), ou de Jacó para Israel (Gn 35,10), ou de Saulo para Paulo, quando cada um deles foi chamado para assumir um papel proeminente de liderança entre o povo de Deus. A palavra “rocha” também tem um significado especial. Por um lado, ser chamado de “rocha” era uma expressão semítica que designava o fundamento sólido sobre o qual uma comunidade seria construída (Mateus 7,25).
O papel de São Pedro no Novo Testamento substancia ainda mais a crença católica sobre o Papado e o que Jesus disse em Mateus 16,18-19. Pedro é mencionado 155 vezes e o resto dos apóstolos combinados são mencionados apenas 130 vezes. São Pedro ocupou uma posição altaneira entre os apóstolos. Ele é sempre listado primeiro (Mateus 10,1-4; Marcos 3,16-19; Lucas 6,14-16; Atos 1,13) e às vezes o único mencionado (Lucas 9, 32). Ele fala pelos apóstolos (Mateus 18,21; Marcos 8,28; Lucas 12,41; João 6,69).
Quando Nosso Senhor seleciona um grupo de três para algum evento especial, como a Transfiguração, São Pedro está na primeira posição. Nosso Senhor escolheu o barco de São Pedro para ensinar. No Pentecostes, São Pedro pregou às multidões e falou sobre a missão da Igreja (Atos 2,14-25). Ele realizou a primeira cura milagrosa (Atos 3,6-7). São Pedro também recebeu a revelação de que os gentios deveriam ser batizados (Atos 10,9-48) e ficou do lado de São Paulo contra a necessidade da circuncisão (Atos 15). No final de sua vida, São Pedro foi crucificado, mas em sua humildade pediu para ser crucificado de cabeça para baixo.
✔️ Atos 15,12-15 – Somente depois que Pedro (o Papa) fala é que Paulo e Barnabé (bispos) falam em apoio ao ensinamento definitivo de Pedro.
✔️ Mat. 14,28-29 – Somente Pedro tem fé para andar sobre as águas. Nenhum outro homem nas Escrituras disse ter fé para andar sobre as águas. Esta fé, em última análise, não falhou, pois mais tarde o Cristo lhe delegaria para confirmar os demais na fé (Lucas 22, 31-32).
✔️ Mat. 16,16, Marcos 8,29; João 6,69 – Pedro é o primeiro entre os apóstolos a confessar a divindade de Cristo.
✔️Atos 15,7-12 – Pedro resolve a primeira questão doutrinária sobre a circuncisão no primeiro concílio da Igreja em Jerusalém 50 d.C. Aí começa a Tradição Apostólica de um sucessor petrino dá a última palavra nos concílios da Igreja Católica.

SÃO PEDRO E SÃO PAULO

 



#sãopedroesãopaulo

Essa solenidade é uma das mais antigas da Igreja, sendo anterior até mesmo ao Natal.

Já no século IV havia a tradição de, neste dia, celebrartrês missas:
- 1° na basílica de São Pedro, no Vaticano;
- 2° na basílica de São Paulo Fora dos Muros
- 3° nas catacumbas de São Sebastião, onde as relíquias dos apóstolos ficaram escondidas para fugir da profanação nos tempos difíceis.
E mais: depois da Virgem Santíssima e de São João Batista, Pedro e Paulo são os Santos que têm mais datas comemorativas no ano litúrgico.
Além do tradicional 29/06, há: 25/01, quando celebramos a conversão de São Paulo; 22/02, quando temos a festa da cátedra de São Pedro; e 18/11, dedicação das basílicas de São Pedro e São Paulo.
Antigamente, julgava-se que o martírio dos dois apóstolos tinha ocorrido no mesmo dia e ano e que seria a data que hoje comemoramos. Porém o martírio de ambos deve ter ocorrido em ocasiões diferentes, com São Pedro crucificado de cabeça para baixo, na colina Vaticana, e São Paulo decapitado nas chamadas Três Fontes. Mas não há certeza quanto ao dia. A morte de Pedro poderia ter ocorrido em 64 e de Paulo em 67. Mas com certeza o martírio deles aconteceu em Roma.
Há outras raízes envolvendo a data. A festa seria a cristianização de um culto pagão a Remo e Rômulo, os mitológicos fundadores pagãos de Roma.
Pedro e Paulo não fundaram a cidade, mas são considerados os “Pais de Roma”. Embora não tenham sido os primeiros a pregar na capital do império, com seu sangue “fundaram” a Roma cristã. Os dois são considerados os pilares que sustentam a Igreja tanto por sua fé e pregação como pelo ardor e zelo missionários.
Pedro é o apóstolo que Jesus escolheu e investiu da dignidade de ser o primeiro papa da Igreja. Paulo, que foi arrebatado para o colégio apostólico de Jesus na
estrada de Damasco, como o instrumento eleito para levar o seu nome diante dos povos, é o maior missionário de todos os tempos, o advogado dos pagãos, o “Apóstolo dos Gentios”.
São Pedro e São Paulo, juntos, fizeram ressoar a mensagem do Evangelho no mundo inteiro e o farão para todo o sempre, porque assim quer o Mestre.


sexta-feira, 27 de junho de 2025

NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO( 27 de Junho)

 Clique na imagem


A tradição diz que este quadro teria sido pintado por São Lucas, mas nada pode ser provado neste sentido. Outra versão diz que o quadro teria sido pintado por um artista russo em torno de 1325. 
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A Paixão de Jesus é representada pelos instrumentos da paixão mostrados pelos anjos, principalmente a cruz, a lança a esponja e os pregos.
Os dois arcanjos são Miguel e Gabriel: Miguel segura a lança com a esponja e com o vinagre usado na Paixão. Gabriel segura a cruz, uma cruz estilo bizantino e os pregos que fixaram Jesus nela.
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O Menino Jesus, com medo destas visões se aconchega aos braços de sua Mãe.
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Os dedos da Virgem Maria apontam para Jesus como a indicar “Este é o Senhor Nosso Deus”.
As letras gregas usualmente usam a primeira e a ultima letra de um nome, assim Maria é identificada como Mãe de Deus e o Menino é identificado como Filho de Deus.
Aqui temos uma versão do ícone que aparece as letras com grande clareza:
As letras identificando Nossa Senhora estão grande e claras.
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Você pode ver M perto de Miguel a esquerda. As letras de Jesus são “IC CX”. O “C” é o S em grego; O “I” é nosso J; o “X” é o nosso “CH” assim as letras em gregos são a abreviação de “Jesus Cristo”.
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Dois significados vem a nossa mente quando contemplamos o ícone.
Um tem a haver com o pé torcido com a sandália solta e pendurada.
Mostrar a sola do pé significa humildade. O filho de Deus se humilha ao se tornar um homem.
O outro significado foca na sandália aparentemente solta quando o Filho correu para a sua Mãe para conforto. Em nosso medo e em nossas necessidades nós devemos correr também bem depressa para Ela.

Oração:
Ó Senhora do Perpétuo Socorro, mostrai-nos que sois verdadeiramente nossa Mãe obtendo-me o seguinte benefício:
(faz-se o pedido)e a graça de usar dela para a glória de Deus e a salvação de minha alma.
Ó glorioso Santo Afonso, que por vossa confiança na bem-aventurada Virgem conseguistes tantos favores e tão perfeitamente provastes, em vossos admiráveis escritos,que todas as graças nos vêm de Deus pela intercessão de Maria, alcançai-me a mais terna confiança para com nossa Mãe do Perpétuo Socorro e rogai-lhe, com instância,que me conceda o favor que reclamo de seu poder e bondade maternal.

Eterno Pai, em nome de Jesus e pela intercessão de nossa Mãe do Perpétuo Socorro e de Santo Afonso, peço-vos que me atendais para vossa glória e bem da minha alma.

Amém!

HINO NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO

 



HINO NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO 

 Oh! Mãe do Perpétuo Socorro Venho a ti consagrar minha vida de novo Volva sobre mim seu olhar Este olhar de ternura, este olha de ternura Este olhar de Jesus És a mãe da Igreja És a mãe dos aflitos És a mãe de Jesus  

Maria, nossa querida mãe Vem em auxílio do povo Junto a teu Filho interceda por nós Oh! Mãe do Perpétuo Socorro 

Venho aqui em teu santuário Nossa Senhora, a mãe de Jesus Cobre-me com seu manto sagrado Oh! Vem me proteger Vem me iluminar com teu manto de luz Oh! Vem me socorrer, vem me abençoar Oh! Mãe de Jesus 

Maria, nossa querida mãe Vem em auxílio do povo Junto a teu Filho interceda por nós Oh! Mãe do Perpétuo Socorro 

Oh! Mãe, vem me abençoar Oh! Mãe, vem nos abençoar





Ayrton Matias RCC


quinta-feira, 26 de junho de 2025

Silêncio nas leituras, orações, ações e posturas corporais na Liturgia

 


Frei Alberto Beckhäuser, OFM
Na Liturgia, o silêncio é observado não só em momentos determinados. O recolhimento perpassa toda a celebração.
Há momentos explícitos de silêncio, mas ele é observado também na escuta da palavra e acompanha certas orações chamadas presidenciais. Além disso, temos muitas ações, gestos, movimentos e posturas do corpo realizados ou acompanhados em silêncio, através do ouvido e da vista. Ouve-se em silêncio, acompanha-se em silêncio pela vista, contemplando o que se realiza ou é realizado pelo sacerdote presidente em nome de toda a assembleia.
Silêncio na escuta da Palavra de Deus – Para ouvir é preciso silenciar, fazer espaço interior para acolher a Palavra na força do Espírito Santo. É Cristo, a Palavra, quem fala quando na igreja se leem as Escrituras.

Quantos ruídos estão atrapalhando a escuta da Palavra de Deus em nossas assembleias!
É ruído demais a distrair.
É ruído acústico.
É o cochicho na Equipe de celebração.
É ruído de microfonia dos aparelhos acústicos.
É o ventilador ruidoso.
É a conversa entre os “assistentes”.
Pior ainda é o ruído visual. Pessoas chegando atrasadas, pessoas deslocando-se de um lugar para outro na igreja.
É acólito querendo ajustar o microfone quando a leitura já se iniciou. O silêncio é indispensável para uma escuta frutuosa da Palavra de Deus.
Silêncio que acompanha orações do sacerdote – A Liturgia distingue-se por seu caráter dialogal. Nem todos dizem tudo. Há partes da assembleia e outras, próprias do sacerdote.
Por isso, os fiéis ouvem as orações em silêncio, fazendo-as suas e dando seu assentimento através do Amém final ou por aclamações. Isso vale, sobretudo, para a Oração eucarística que é sacerdotal por sua natureza.
Diz a Instrução: “O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na oração e ação de graças e o associa à prece que dirige a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo, em nome de toda a comunidade. A oração eucarística exige que todos a ouçam respeitosamente e em silêncio” (cf. n. 79).
O mesmo se diga da Oração pela paz que é dita só pelo sacerdote.
Silêncio que acompanha ações, gestos e movimentos – Todo gesto realizado pelo presidente da assembleia é feito em nome de toda a assembleia.
São gestos litúrgicos significativos dos mistérios celebrados. Assim todos os fiéis presentes podem e devem transformá-los em verdadeira oração: traçar o sinal da cruz, persignar-se, impor as mãos, lavar as mãos, unir as mãos, elevar as mãos, inclinações de cabeça, genuflexões e assim por diante.
Os fiéis acompanham tudo em silêncio, fazendo-os seus, transformando-os em oração.
Quase todos os movimentos são acompanhados em silêncio. Gostaria de realçar a procissão da apresentação das oferendas. O canto que a acompanha é facultativo. Os fiéis que levam as oferendas ao altar estão realizando uma procissão de ofertas em nome do todos os fiéis presentes. Cada um deve encontrar-se nas oferendas, fazendo sua a apresentação das oferendas com tudo o que elas significam. O ideal é que a procissão seja acompanhada pelo olhar, em silêncio. A própria ação de se reunir em assembleia, já parte da celebração, é feita em silêncio.
Silêncio que acompanha posturas corporais da assembleia – Estar de pé, levantar-se, sentar-se e estar assentado, ajoelhar e estar de joelhos, prostrar-se e estar prostrado são ações comemorativas dos mistérios celebrados, expressões orantes, modos de a assembleia comunicar-se com Deus. O corpo todo reza, comunica-se com Deus na fé, na esperança e na caridade. Tudo isso é realizado no silêncio das palavras. Celebremos, pois, de corpo inteiro, comunicamo-nos com Deus, inclusive, através da gestualidade corporal no silêncio das palavras.
Tudo é oração.

sábado, 21 de junho de 2025

Natividade de São João Batista- 24 de junho.





João, chamado de o “batizador”, é filho de Zacarias e de Isabel, ambos de estirpe sacerdotal. A Bíblia nos diz que Isabel era prima e muito amiga de Maria, e elas tinham o costume de visitarem-se. Uma dessas ocasiões foi quando já estava grávida: “Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo” (Lc 1,41). Ainda no ventre da mãe, João faz uma reverência e reconhece a presença do Cristo Jesus. Na despedida, as primas combinam que o nascimento de João seria sinalizado com uma fogueira, para que Maria pudesse ir ajudar a prima depois do parto.
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Assim os evangelistas apresentam com todo rigor a figura de João como precursor do Messias, cujo dia do nascimento é também chamado de “Aurora da Salvação”. É o único santo, além de Nossa Senhora, em que se festeja o nascimento, porque a Igreja vê nele a preanunciação do Natal de Cristo.
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Isabel era estéril e Zacarias era mudo, ambos já com idade bem avançada. Isabel haveria de dar à luz um menino, o qual deveria receber o nome de João, que significa “Deus é propício”. Assim foi avisado Zacarias pelo anjo Gabriel.

Conforme a indicação de Lucas, Isabel estava no sexto mês de gestação de João, que foi fixado pela Igreja três meses após a Anunciação de Maria e seis meses antes do Natal de Jesus. O sobrinho da Virgem Maria foi o último profeta e o primeiro apóstolo. “É mais que profeta, disse ainda Jesus. É dele que está escrito: eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele preparará o teu caminho diante de ti”. Ou seja, o primo João inicia sua missão alguns anos antes de Jesus iniciar a sua própria missão terrestre.
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Lucas também fala a respeito da infância de João: o menino foi crescendo e fortificando-se em espírito e viveu nos desertos até o dia em que se apresentou diante de Israel.
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Com palavras firmes, pregava a conversão e a necessidade do batismo de penitência. Anunciava a vinda do messias prometido e esperado, enquanto de si mesmo deu este testemunho: “Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitarei o caminho do Senhor…” Aos que o confundiam com Jesus, afirmava com humildade: “Eu não sou o Cristo”. e “Não sou digno de desatar a correia de sua sandália”. Sua originalidade era o convite a receber a ablução com água no rio Jordão, prática chamada batismo. Por isso o seu apelido de Batista.
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João Batista teve a grande missão de batizar o próprio Cristo. Ele apresentou oficialmente Cristo ao povo como Messias com estas palavras: “Eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo… Ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo”.
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Jesus, falando de João Batista, tece-lhe o maior elogio registrado na Bíblia: “Jamais surgiu entre os nascidos de mulher alguém maior do que João Batista. Contudo o menor no Reino de Deus é maior do que ele”.
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Ele morreu degolado no governo do rei Herodes Antipas, por defender a moralidade e os bons costumes. O seu martírio é celebrado em 29 de agosto, com outra veneração litúrgica.
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São João Batista é um dos santos mais populares em todo o mundo cristão. A sua festa é muito alegre e até folclórica. Com muita música e danças, o ponto central é a fogueira, lembrando aquela primeira feita por seus pais para comunicar o seu nascimento: anel de ligação entre a antiga e a nova aliança.

https://franciscanos.org.br/


sexta-feira, 13 de junho de 2025

BREVE DE SANTO ANTÔNIO

 

Em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo 
"Eis aqui a Cruz do Senhor: fugi potências inimigas! 
Venceu o Leão da Tribo de Judá, a Raiz de Davi. Aleluia! Aleluia!" 

Conheça a história dessa poderosa oração, e passe a recitá-la sempre que precisar de proteção contra males e maldições.

FONTE: Crônicas dos Frades Menores (Manuscrito do Século XV) Santo 

Antônio de Pádua, Rogai por nós!

A VIDA DE SANTO ANTONIO

PAZ E BEM MEUS QUERIDOS IRMÃOS E IRMÃS!

Dia de Santo Antônio, afastemos de nós as crendices populares e colocamos no coração a Fé desse Maravilhoso SANTO que deu sua vida a serviço do Evangelho de CRISTO, nisso sim devemos acreditar na sua grande vontade de SER COMO JESUS. 

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Por isso nesse dia vamos procurar imita-lo, sermos verdadeiros CRISTÃOS, reconhecendo nos fracos, oprimidos e pobres a imagem do CRISTO JESUS... Isto é, abraçar a humildade para que com esse sentimento afastamos de nós a hipocrisia que nos afasta da verdadeira FÉ E DOUTRINA DO PAI...

Deus vos abençoe. PAZ E BEM!




Breve relato sobre a vida de Santo Antônio de Pádua
Paróquia de Santo Onofre
Comunidade de Santo Antônio
Padre Lúcio Ramos Peixoto
Narração: Carlinhos
Gravação: Estúdio Rochedo de Israel
São Paulo - SP

Canal Youtube de: Fernando Melo


Clique abaixo em "13 de Junho: Santo Antônio" que abrirá todas postagens sobre o Santo nesse Blog. 


' HINO À SANTO ANTONIO " CORAL SANTO ANTONIO -Maringá -Pr

 



'HINO A SANTO ANTÔNIO
( J.Velosso - Maria Bethânia ) 

Bem merecestes ter com amor
Em vossos braços o Salvador! 

Salve grande Antônio, Santo universal, 
Que amparais aflitos contra todo o mal. 
Bem merecestes ter com amor
Em vossos braços o Salvador! 

Desprezando as honras pela sã pobreza, 
A Jesus vos destes com ardor e firmeza.
Bem merecestes ter com amor 
Em vossos braços o Salvador! 

Em santas missões povos converteu, 
Vossa língua santa que não pereceu. 
Bem merecestes ter com amor 
Em vossos braços o Salvador! 

Irmão protetor sois dos brasileiros, 
Que milagres cantam por séculos inteiros. 
Bem merecestes ter com amor 
Em vossos braços o Salvador! 

segunda-feira, 2 de junho de 2025

AS ROSAS SEM ESPINHOS E A "PORCIÚNCULA" DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

 




Desde que São Francisco de Assis jogou-se sobre as rosas no jardim da Igreja de Santa Maria dos Anjos, elas nasceram sem espinhos. 
A façanha passou a ser considerada mais um milagre dessa Santo nascido na Região da Úmbria, na Itália. 
Curioso também é observar as pombinhas que, anualmente, criam uma nova geração sobre os braços da estátua de São Francisco, nas dependências da Igreja. Por fim, não poderíamos deixar de exibir a pequena "porciúncula", uma igrejinha construída pelas mãos do próprio São Francisco e que atualmente encontra-se no interior da suntuosa Igreja de Santa Maria dos Anjos.



domingo, 1 de junho de 2025

Caminhos do Evangelho | Solenidade da Ascensão do Senhor

 



TvFranciscanos


"Assim está escrito: ‘O Messias sofrerá e ressuscitará dos mortos no terceiro dia, e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém’. 
E vocês são testemunhas disso". (Lucas 24,46-53). 

Reflexão de Frei Felipe Carretta para a Solenidade da Ascensão do Senhor



quarta-feira, 28 de maio de 2025

PROGRAMA "A SERVIÇO DA VIDA" EP. 70 - UM FRANCISCO ENTRE NÓS...PAPA FRANCISCO

 




“UM FRANCISCO ENTRE NÓS... NOSSA HOMENAGEM AO PAPA FRANCISCO”

Em 2013, o mundo inteiro voltou os olhos para o Brasil durante a Jornada Mundial da Juventude. E foi nesse encontro de fé, esperança e juventude que recebemos uma visita inesquecível: o Papa Francisco, pela primeira vez em solo brasileiro, veio até o nosso Hospital São Francisco de Assis, no Rio de Janeiro.
Este vídeo é a nossa homenagem cheia de gratidão e carinho por aquele momento histórico e abençoado. Reviva conosco os gestos simples e profundos do Papa Francisco, sua presença entre os doentes, os profissionais da saúde e todos que fazem parte da nossa missão.

Um Francisco entre nós... um sinal vivo do amor, da humildade e da paz.



segunda-feira, 26 de maio de 2025

PROGRAMA "A SERVIÇO DA VIDA" EP. 71 - DO MODO DE TRABALHAR

 




A Serviço da Vida – O Modo de Trabalhar Franciscano 
 
Neste episódio, vamos refletir sobre uma das maiores marcas do carisma franciscano: o trabalho como expressão de amor, serviço e cuidado.

Desde os primeiros passos da nossa Associação e Fraternidade, há quase 40 anos, somos guiados por um jeito muito particular de trabalhar, onde o esforço coletivo, os mutirões, a partilha e a fraternidade constroem obras que transformam vidas.

 Aqui, o trabalho nunca foi visto como busca por lucro ou acúmulo, mas como uma verdadeira missão. Cada gesto, cada tarefa, cada tijolo colocado, tem um único propósito: servir, cuidar e amar quem mais precisa.

Você vai conhecer histórias, testemunhos e ver na prática como esse modo franciscano de trabalhar segue vivo, inspirando colaboradores, voluntários e toda a nossa missão, seja nos hospitais, nas comunidades terapêuticas, no Barco Hospital, nas obras sociais e em cada canto onde estendemos as mãos.

💙 Trabalhar, servir e cuidar... porque é na fraternidade que encontramos sentido para a vida.