"Senhor, fazei-me instrumento de Vossa Paz"
São Francisco de Assis

domingo, 5 de outubro de 2025

Oração, Novena e História de São Benedito-Dia 05 de outubro

História de São Benedito

São Benedito nasceu perto de Messina, na ilha da Sicília, Itália, no ano de 1526. Benedito significa abençoado. Seus pais foram escravos vindos da Etiópia para a Sicília. Era filho de Cristovão Manasceri e de Diana Larcan. O casal não queria ter filhos para não gerarem mais escravos. O senhor deles, sabendo disso, prometeu que, se eles tivessem um filho, daria a ele a liberdade. Assim, eles tiveram Benedito. E, como prometido, ele foi libertado pelo seu senhor ainda menino.
Benedito foi educado por seus pais na fé cristã. Quando menino, cuidava das ovelhas e sempre aproveitava para rezar o Rosário, ensinado por sua mãe.

A vida de São Benedito
Quando tinha 20 anos foi insultado por causa de sua raça. Porém, com muita calma e paciência suportou tudo. Vendo isso, o líder dos eremitas franciscanos, Frei Jerônimo Lanza, convidou-o para fazer parte da congregação. São Benedito aceitou prontamente, vendeu tudo o que tinha e se tornou um eremita franciscano, ficando com eles por volta de 5 anos.
O Papa Pio IV, desejando unificar a ordem franciscana, ordenou aos eremitas que se juntassem a qualquer ordem religiosa. Benedito foi para o mosteiro da Sicília, um convento em Santa Maria de Jesus. Era o convento dos franciscanos capuchinhos. Benedito entrou como irmão leigo, assumindo uma função tida como secundária: a de cozinheiro. Benedito, porém, fez da cozinha um santuário de oração e fervor. Vivia sempre alegre e com muita mansidão, conquistando a todos com sua comida saborosa e sua simpatia.
Foi transferido depois para o convento de Sant’Ana di Giuliana, ficando por 4 anos. Depois retornou para o convento de Santa Maria de Jesus, permanecendo ali até sua morte.

Superior do mosteiro
Por causa de sua vida exemplar, trabalho, oração e ajuda a todos, Frei Benedito tornou-se um líder natural. Em 1578 foi convidado para ser o Guardião, (superior) do mosteiro, cargo que aceitou depois de muita relutância. Apesar de ser analfabeto, administrou o mosteiro com grande sucesso, seguindo com rigor os preceitos de São Francisco. Organizou os noviços, foi caridoso os padres, era o primeiro a dar exemplo nas orações e no trabalho.

São Benedito, um analfabeto procurado pelos teólogos
Os teólogos vinham de longe para conversar com São Benedito e aprender com ele. Frei Benedito tinha o dom da sabedoria e o dom da ciência. E, apesar de sua condição de analfabeto, ensinava a todos.
Mandava os porteiros não dispensarem nenhum pobre sem antes dar-lhes alimento e ajuda, mesmo na dificuldade do mosteiro. Quando termina seu mandato como superior, ele volta com alegria para o seu ofício de cozinheiro.

A fama de São Benedito
Todos queriam ver e tocar em São Benedito, por causa de sua fama de santidade, palavras, milagres e orações. Os escravos simpatizavam muito com ele, por ser negro, pobre e com grandes virtudes. Em torno do seu nome surgiram numerosas irmandades. São Benedito é um dos Santos mais populares no Brasil, com inúmeras paróquias por todos os lugares inspiradas em seu modelo de humildade e caridade.

Os Milagres de São Benedito
Grande é o numero de milagres de São Benedito, inclusive a ressurreição de dois meninos, a cura de vários cegos e surdos, a multiplicação de peixes e pães, e vários outros milagres. Alguns milagres de multiplicação de alimentos aconteceram na cozinha de São Benedito. Por isso, ele é tido carinhosamente pelo povo como o Santo Protetor da cozinha, dos cozinheiros, contra a fome e a falta de alimentos.

Falecimento
Um dia Frei Benedito profetizou que quando morresse teria que ser enterrado às pressas para evitar problemas para seus irmãos. Depois disso, ficou gravemente doente e faleceu no dia 4 de abril de 1589, aos 65 anos de idade. E a profecia se cumpriu: quando ele faleceu uma multidão invadiu o mosteiro para vê-lo, conseguir algum objeto seu ou um pedaço de sua roupa de monge para terem como relíquia do santo pobre e humilde, causando problemas para o convento.
Na hora de sua morte ele disse com muita alegria: Jesus! Jesus! Minha mãe, doce Maria! Meu Pai São Francisco! E morreu em paz. Seu corpo foi transladado para a igreja e exalava suave perfume. Exumado posteriormente, estava intacto, (incorrupto). Em 1611 seu corpo foi colocado em uma urna de cristal na igreja de Santa Maria em Palermo para visitação e permanece até os dias de hoje.

Imagem de São Benedito
São Benedito foi canonizado em 24 de maio de 1807, pelo Papa Pio Vll. É representado com o menino Jesus nos braços por que fora visto várias vezes com um lindo bebê nos braços quando estava em profunda oração. Por orientação da CNBB, no Brasil a festa de São Bendito é comemorada no dia 5 de outubro.


ORAÇÃO

Glorioso São Benedito, grande Confessor da fé,
com toda confiança venho implorar
a vossa valiosa proteção.

Vós, a quem Deus enriqueceu com os dons celestes,
impetrai-me as graças que ardentemente desejo,
para maior glória de Deus.

Confortai o meu coração nos desalentos!
Fortificai minha vontade para cumprir bem os meus deveres!
Sede o meu companheiro nas horas de solidão e desconforto!

Assisti-me e guiai-me na vida
e na hora da minha morte, para que eu possa bendizer a Deus nesse mundo
e gozá-lo na eternidade. Com Jesus Cristo, a quem tanto amastes.
Assim seja.
Amém…

Novena à são benedito:
1º dia
Glorioso São Benedito, dedicastes muito de vosso tempo para rezar e cuidar de vossa fé recebida no Batismo. Por isso ela tornou-se ardente e viva em vosso coração.
Dai-nos um pouco dessa vossa virtude em meio a este mundo tão conturbado em que vivemos.
Dai-nos coragem e determinação para sermos justos e anunciadores do Evangelho, tornando-nos discípulos e missionários.

Rogai a Deus por mim que neste momento preciso de vossa intercessão para (dizer a graça que precisa).
Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai…
São Benedito, rogai por nós!


2º Dia
Glorioso São Benedito, fostes sempre humilde e procurastes sempre aceitar a vontade de Deus. Em todos os trabalhos que realizáveis o Amor era vossa principal ferramenta.
Abençoai nossos trabalhos e dai-nos o desejo de partilhar nossas vidas em comunidade.
Rogai a Deus por mim que neste momento preciso de vossa intercessão para (dizer a graça que precisa).
Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai…
São Benedito, rogai por nós!


3º Dia
Glorioso São Benedito, fostes sempre muito fiel a vossos deveres e a vossos momentos de oração.
Ensinai-nos a cumprir nossos deveres com responsabilidade e amor e a reservar sempre um tempo para estar com Deus.
Livrai-nos de todo apego e dai-nos um coração pacífico para resolver toda questão e sermos promotores da Paz.
Rogai a Deus por mim que neste momento preciso de vossa intercessão para (dizer a graça que precisa).
Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai…
São Benedito, rogai por nós!


4º Dia
Glorioso São Benedito, vosso carinho para com as pessoas o tornou conhecido e amado em toda a região.
Tínheis sempre uma palavra de incentivo e um bom conselho para todos.
Ajudai-nos a valorizar e a conservar nossos amigos a ser abertos e carinhosos para com todas as pessoas.
Rogai a Deus por mim que neste momento preciso de vossa intercessão para (dizer a graça que precisa).
Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai…
São Benedito, rogai por nós!


5º Dia
Glorioso São Benedito, que sabíeis olhar com atenção e amor todas as necessidades das pessoas. Se fosse preciso chamava sua atenção e as conduzia pelas mãos de volta ao caminho de Deus.
Dai-nos um coração cheio de caridade para que possamos aceitar a realidade de cada pessoa.
Rogai a Deus por mim que neste momento preciso de vossa intercessão para (dizer a graça que precisa).
Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai…
São Benedito, rogai por nós!


6º Dia
Glorioso São Benedito, sempre buscastes justiça. Dai-nos um coração sempre aberto e generoso, para que possamos agir com prudência e caridade em nossos momentos de decisão.
Que nós sempre possamos promover a justiça em nosso meio. Que os que nos cercam sejam sempre valorizados e respeitados.
Rogai a Deus por mim que neste momento preciso de vossa intercessão para (dizer a graça que precisa).
Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai…
São Benedito, rogai por nós!


7º Dia
Glorioso São Benedito, fostes sempre muito aberto à ação do Espírito Santo.
Fazei que nossa mente e nosso coração sejam acolhedores dos Dons do Espírito Santo para que nossa vida seja melhor para todos.
Rogai a Deus por mim que neste momento preciso de vossa intercessão para (dizer a graça que precisa).
Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai…
São Benedito, rogai por nós!

8º Dia
Glorioso São Benedito, vossa vida nos ensina que vossa riqueza estava em Deus. Para os que só pensam em bens materiais, poderíeis significar pouco porque vossa pessoa era vítima dos preconceitos que ainda hoje maltratam tantas pessoas.
Ensinai-nos a valorizar os bens eternos e a olhar para as pessoas como Jesus as olhava.
Rogai a Deus por mim que neste momento preciso de vossa intercessão para (dizer a graça que precisa).
Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai…
São Benedito, rogai por nós!


9º Dia
Glorioso São Benedito, discípulo e missionário. Guiai-nos pelos caminhos que nos levam à Paz. Que possamos sempre estar abertos ao Anúncio da Palavra, em constante processo de conversão, dispostos a assumir nosso compromisso de batizados e levar a Paz que vem de Deus a nossos irmãos e irmãs. Que nossa caminhada possa nos levar à santidade.
Rogai a Deus por mim que neste momento preciso de vossa intercessão para (dizer a graça que precisa).
Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai…
São Benedito, rogai por nós!


REZE UM TERÇO A NOSSA SENHORA EM LOUVOR A SÃO BENEDITO

sábado, 4 de outubro de 2025

NO MEU SONHO EU CAMINHAVA: " O AMOR NÃO É AMADO"




No meu sonho eu caminhava tão feliz... (O Amor não é amado) de Frei Beraldo J. Hanlon, OFM

O Amor não é Amado (composição de frei Beraldo) 
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No meu sonho eu caminhava tão feliz. De repente, um homem pobre avistei, andando pela estrada de Assis, tão aflito, que confesso, eu chorei. Perguntei-lhe o que tinha acontecido. Me ouviu mas ficou chorando sem parar, até que em fim me olhou e disse assim: “A Paixão de Jesus hei de chorar” 
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Ref.: Pois o Amor, o Amor não é Amado. A felicidade assim não se pode encontrar. É preciso voltar a Jesus, o Amor, o que eu quero amar. 
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Esse estranho só falava da paixão e usava uma roupa em forma de cruz. Nos braços deitava um pedaço de pau, violino de pobre cantando o Amor de Jesus 
Nós amamos tantas coisas neste mundo: dinheiro, prazeres, fama e poder; tudo, menos o que é mais amável, tudo menos aquele que mais bem nos quer.
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Ref.: Pois o Amor, o Amor não é amado... 
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Muitas vezes, olhando o mundo tão triste, volta de mansinho ao meu pensar, a figura do pobrezinho de Assis, e , com ele tenho vontade de gritar... 
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BENÇÃO DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS A FREI LEÃO.


O Sentido da Benção de São Francisco.
Benedicat tibi Dominus



"O Senhor te abençoe e te guarde!

O Senhor te mostre a sua face e conceda-te sua graça!
O Senhor volva o seu rosto para ti e te dê a paz!"


A passagem bíblica onde consta a Benção de São Francisco a Leão, que pode ser estendia a todos nós está em  Números 6- 22-26

22 O Senhor disse a Moisés: 23 “Dize a Aarão e seus filhos o seguinte: eis como abençoares os filhos de Israel:24 O Senhor te abençoe e te guarde! 25 O Senhor te mostre a sua face e conceda-te sua graça!

26 O Senhor volva o seu rosto para ti e te dê a paz! 27 E assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel e eu os abençoarei”. 


As palavras que Francisco acrescentou às bíblico-litúrgicas são poucas, mas importantes, porque são pessoais do Santo: "O Senhor te abençoe, Frei Leão".


“(...) Redescobrindo-a e voltando a utilizá-la estaremos fazendo o que fez Francisco ao recuperar uma fórmula litúrgica quase esquecida, considerando-a apta para consolar o amigo na aflição. Usando-a, Francisco descobriu o profundo significado da fórmula e, no modo de usá-la, mostrou que captou precisamente seu sentido original...”.

www.vocacaofranciscana.blogspot.com

São Francisco de Assis era muito amigo do Frei Leão
E agora Papa Francisco e Papa Leão XIV.  Coincidência? 
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Publicado 04-10-2024- Atualizamos para cima , data de hoje 



São Francisco de Assis




“Nasceu para o mundo um sol”: com estas palavras, na “Divina Comédia” (Paraíso, Canto XI), o máximo poeta italiano Dante Alighieri alude ao nascimento de Francisco, no final de 1181 ou início de 1182, em Assis. Pertencente a uma família rica – seu pai era comerciante de tecidos –, Francisco transcorreu uma adolescência e uma juventude despreocupadas, cultivando os ideais de cavalaria da época. Aos 20 anos, fez parte de uma campanha militar e foi preso. Ficou doente e foi libertado. Após sua volta a Assis, começou nele um lento processo de conversão espiritual, que o levou a abandonar gradualmente o estilo de vida mundano que havia levado até então. A este período correspondem os célebres episódios do encontro com o leproso, a quem Francisco, descendo do cavalo, deu o beijo da paz, e da mensagem do Crucificado na pequena igreja de São Damião.
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Em três ocasiões, o Cristo na cruz adquiriu vida e lhe disse: “Vai, Francisco, e repara minha Igreja, que está em ruínas”. Este simples acontecimento da palavra do Senhor ouvida na igreja de São Damião esconde um simbolismo profundo. Imediatamente, São Francisco foi chamado a reparar esta pequena igreja, mas o estado ruinoso deste edifício era o símbolo da situação dramática e inquietante da própria Igreja nessa época, com uma fé superficial que não forma e não transforma a vida, com um clero pouco zeloso, com o esfriamento do amor; uma destruição interior da Igreja que comportou também uma decomposição da unidade, com o nascimento de movimentos hereges. Contudo, nessa Igreja em ruínas, o Crucifixo está no centro e fala: convida à renovação, chama Francisco a um trabalho manual para reparar concretamente a pequena igreja de São Damião, símbolo do chamado mais profundo a renovar a própria Igreja de Cristo, com sua radicalidade de fé e com seu entusiasmo de amor por Cristo.
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Este acontecimento, ocorrido provavelmente em 1205, faz pensar em outro acontecimento similar, ocorrido em 1207: o sonho do Papa Inocêncio III. Este viu em sonhos que a Basílica de São João de Latrão, a igreja mãe de todas as igrejas, estava desmoronando e que um religioso pequeno e insignificante a escorava com os ombros, para que não caísse. É interessante notar, por um lado, que não é o Papa quem ajuda para que a Igreja não caia, mas um religioso pequeno e insignificante, que o Papa reconhece em Francisco quando este o visita. Inocêncio III era um papa poderoso, de grande cultura teológica, como também de grande poder político e, no entanto, não é ele quem renova a Igreja, e sim um pequeno e insignificante religioso: é São Francisco, chamado por Deus. Por outro lado, no entanto, é importante observar que São Francisco não renova a Igreja sem ou contra o Papa, mas em comunhão com ele. As duas realidades estão juntas: o Sucessor de Pedro, os bispos, a Igreja fundada sobre a sucessão dos apóstolos e o carisma novo que o Espírito Santo cria nesse momento para renovar a Igreja. Na comunhão se dá a verdadeira renovação.

Voltemos à vida de São Francisco. Dado que seu pai, Bernardone, reprovava sua grande generosidade com os pobres, Francisco, na frente do bispo de Assis, com um gesto simbólico, despojou-se de todas as suas roupas, pretendendo, assim, renunciar à herança paterna: como no momento da criação, Francisco não tinha nada, a não ser a vida dada por Deus, em cujas mãos se entregou. Depois, viveu como um eremita, até que, em 1208, houve outro acontecimento fundamental no itinerário da sua conversão. Escutando uma passagem do Evangelho de Mateus – o discurso de Jesus aos apóstolos enviados à missão –, Francisco se sentiu chamado a viver na pobreza e a dedicar-se à pregação. Outros companheiros se uniram a ele e, em 1209, ele se dirigiu a Roma, para submeter ao Papa Inocêncio III o projeto de uma nova forma de vida cristã. Recebeu um acolhimento paternal por parte daquele grande pontífice que, iluminado pelo Senhor, intuiu a origem divina do movimento suscitado por Francisco. O Pobrezinho de Assis havia compreendido que todo carisma dado pelo Espírito Santo deve ser colocado ao serviço do Corpo de Cristo, que é a Igreja; portanto, agiu sempre em comunhão plena com a autoridade eclesiástica. Na vida dos santos não há contraposição entre carisma profético e carisma de governo e, se houver alguma tensão, estes sabem esperar com paciência os tempos do Espírito Santo.
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Na realidade, alguns historiadores do século XIX e também do século passado tentaram criar atrás do Francisco da tradição um “Francisco histórico”, assim como se tenta criar atrás do Jesus dos evangelhos um “Jesus histórico”. Este Francisco histórico não teria sido um homem de Igreja, mas um homem unido imediatamente só a Cristo, um homem que pretendia criar uma renovação do povo de Deus, sem formas canônicas e sem hierarquia. A verdade é que São Francisco teve realmente uma relação imediatíssima com Jesus e com a Palavra de Deus, à qual queria seguir sine glossa, assim como ela é, em toda a sua radicalidade e verdade. É verdade também que, inicialmente, ele não tinha a intenção de criar uma ordem com as formas canônicas necessárias, mas simplesmente, com a Palavra de Deus e com a presença do Senhor, queria renovar o povo de Deus, convocá-lo novamente à escuta da Palavra e à obediência a Cristo. Além disso, sabia que Cristo nunca é “meu”, e sim sempre “nosso”, que não posso ter Cristo sozinho e construir “eu”, contra a Igreja, contra sua vontade e seu ensinamento, mas somente na comunhão da Igreja constituída sobre a sucessão dos apóstolos se renova também a obediência à Palavra de Deus.
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Também é verdade que ele não tinha a intenção de criar uma nova ordem, mas somente renovar o povo de Deus para o Senhor que vem. Porém, compreendeu, com sofrimento e com dor, que tudo deve ter sua ordem, que também o direito da Igreja é necessário para dar forma à renovação e, assim, realmente se inseriu de forma total, com o coração, na comunhão da Igreja, com o Papa e com os bispos. Ele sempre soube que o centro da Igreja é a Eucaristia, na qual o Corpo de Cristo e seu Sangue estão presentes. Através do sacerdócio, a Eucaristia é a Igreja. Onde o sacerdócio, Cristo e a comunhão da Igreja caminham juntos, somente aí habita também a Palavra de Deus. O verdadeiro Francisco histórico é o Francisco da Igreja e, precisamente dessa maneira, ele fala também a nós, os crentes, e aos crentes de outras confissões e religiões.

Francisco e seus frades, cada vez mais numerosos, estabeleceram-se na Porciúncula – ou igreja de Santa Maria dos Anjos –, lugar sagrado por excelência da espiritualidade franciscana. Também Clara, uma jovem mulher de Assis, de família nobre, entrou na escola de Francisco. Teve origem, assim, a Segunda Ordem Franciscana, a das Clarissas, outra experiência destinada a produzir frutos insignes de santidade na Igreja.

Também o sucessor de Inocêncio III, o Papa Honório III, com sua bula Cum dilecti, de 1218, apoiou o singular desenvolvimento dos primeiros Frades Menores, que iam abrindo suas missões em diversos países da Europa, inclusive em Marrocos. Em 1219, Francisco obteve autorização para dirigir-se ao Egito e falar com o sultão muçulmano Melek-el-Kâmel, para pregar também lá o Evangelho de Jesus. Eu gostaria de sublinhar este episódio da vida de São Francisco, que tem uma grande atualidade. Em uma época em que estava em curso um enfrentamento entre o cristianismo e o islã, Francisco, armado voluntariamente só com sua fé e sua mansidão pessoais, percorreu com eficácia o caminho do diálogo. As crônicas nos falam de um acolhimento benevolente e de uma cordial recepção do sultão. Este é um modelo que deve inspirar, ainda hoje, as relações entre cristãos e muçulmanos, para promover um diálogo na verdade, no respeito e na compreensão mútuos (cf. Nostra Aetate, 3). Parece então que Francisco esteve na Terra Santa em 1220, lançando assim uma semente, que deu muitos frutos: seus filhos espirituais, de fato, fizeram dos Lugares Santos onde Jesus viveu um âmbito privilegiado de sua missão. Penso, com gratidão, nos grandes méritos da Custódia Franciscana da Terra Santa.
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Ao voltar à Itália, Francisco entregou o governo da Ordem ao seu vigário, Frei Pedro Cattani, enquanto o Papa confiou à proteção do cardeal Ugolino, o futuro Sumo Pontífice Gregório IX, a Ordem, que reunia cada vez mais adesões. Por sua vez, o fundador, dedicado completamente à pregação – que levava a cabo com grande êxito –, redigiu uma Regra, depois aprovada pelo Papa.

Em 1224, no eremitério de Verna, Francisco viu o Crucifixo em forma de um serafim e, do encontro com o serafim crucificado, recebeu os estigmas; converteu-se, assim, em um com Cristo: um dom, portanto, que exprime sua identificação com o Senhor.
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A morte de Francisco – seu transitus – ocorreu na noite de 3 de outubro de 1226, na Porciúncula. Após ter abençoado seus filhos espirituais, morreu, deitado sobre a terra nua. Dois anos mais tarde, o Papa Gregório IX o inscreveu no elenco dos santos. Pouco tempo depois, erigiu-se em Assis uma grande basílica em sua honra, meta, ainda hoje, de muitíssimos peregrinos, que podem venerar o túmulo do santo e desfrutar da visão dos afrescos de Giotto, pintor que ilustrou de forma magnífica a vida de Francisco.
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Já foi dito que Francisco representa um alter Christus; era verdadeiramente um ícone vivo de Cristo. Ele também foi chamado de “irmão de Jesus”. De fato, este era o seu ideal: ser como Jesus, contemplar o Cristo do Evangelho, amá-lo intensamente, imitar suas virtudes. Em particular, ele quis dar um valor fundamental à pobreza interior e exterior, ensinando-a também aos seus filhos espirituais. A primeira bem-aventurança do Sermão da Montanha – “Felizes os pobres, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5, 3) – encontrou uma luminosa realização na vida e nas palavras de São Francisco. Verdadeiramente, queridos amigos, os santos são os melhores intérpretes da Bíblia; estes, encarnando em sua vida a Palavra de Deus, tornam-na mais atraente que nunca, de forma que ela fala realmente conosco. O testemunho de Francisco, que amou a pobreza para seguir Cristo com dedicação e liberdade totais, continua sendo, também para nós, um convite a cultivar a pobreza interior para crescer na confiança em Deus, unindo também um estilo de vida sóbrio e um desapego dos bens materiais.
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Em Francisco, o amor a Cristo se expressou de maneira especial na adoração ao Santíssimo Sacramento da Eucaristia. 
Nas Fontes Franciscanas, lemos expressões comoventes, como esta: “Pasme o homem todo, estremeça a terra inteira, rejubile o céu em altas vozes quando, sobre o altar, estiver nas mãos do sacerdote o Cristo, Filho de Deus vivo! Ó grandeza maravilhosa, ó admirável condescendência! Ó humildade sublime, ó humilde sublimidade! O Senhor do universo, Deus e Filho de Deus, se humilha a ponto de se esconder, para nosso bem, na modesta aparência do pão” (Francisco de Assis, Escritos).

Neste Ano Sacerdotal, quero também recordar a recomendação dirigida por Francisco aos sacerdotes: “Ao celebrar a Missa, ofereçam o verdadeiro sacrifico do Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, pessoalmente puros, com disposição sincera, com reverência e com santa e pura intenção” (Francisco de Assis, Escritos). 
Francisco mostrava sempre um grande respeito pelos sacerdotes e recomendava respeitá-los sempre, inclusive no caso de que pessoalmente fossem pouco dignos. A motivação do seu profundo respeito era o fato de que eles receberam o dom de consagrar a Eucaristia. Queridos irmãos no sacerdócio, não nos esqueçamos jamais deste ensinamento: a santidade da Eucaristia nos pede que sejamos puros, que vivamos de maneira coerente com o Mistério que celebramos.
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Do amor a Cristo nasce o amor às pessoas e também a todas as criaturas de Deus. Este é outro traço característico da espiritualidade de Francisco: o senso de fraternidade universal e de amor pela criação, que lhe inspirou o célebre Cântico das criaturas. É uma mensagem muito atual. Como recordei em minha recente encíclica, Caritas in veritate, só é sustentável um desenvolvimento que respeite a criação e que não danifique o meio ambiente (cf. N. 48-52), e na Mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano, sublinhei que também a constituição de uma paz sólida está unida ao respeito pela criação. Francisco nos recorda que na criação se manifesta a sabedoria e a benevolência do Criador. A natureza é entendida por ele precisamente como uma linguagem com a qual Deus fala conosco, através da qual a realidade divina se torna transparente e podemos falar de Deus e com Deus.

Queridos amigos: Francisco foi um grande santo e um homem alegre. Sua simplicidade, sua humildade, sua fé, seu amor a Cristo, sua bondade com cada homem e cada mulher o tornaram alegre em toda situação. De fato, entre a santidade e a alegria subsiste uma relação íntima e indissolúvel. 
Um escritor francês disse que no mundo só existe uma tristeza: a de não ser santos, isto é, a de não estar perto de Deus. Vendo o testemunho de Francisco, compreendemos que este é o segredo da verdadeira felicidade: ser santos, estar perto de Deus!

Que Nossa Senhora, ternamente amada por Francisco, obtenha esse dom para nós. Confiamo-nos a Ela com as palavras do próprio Pobrezinho de Assis: “Ó Maria, Virgem Santíssima, não há outra semelhante, nascida neste mundo, entre as mulheres; filha e serva do Rei altíssimo, o Pai celeste. Mãe de Jesus Cristo, nosso Senhor; esposa do Espírito Santo, rogai por nós (…) junto ao vosso santíssimo e dileto Filho, nosso Senhor e Mestre” (Francisco de Assis, Escritos).

Papa Bento XVI

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Amônio e Petrônio.

https://franciscanos.org.br/vidacrista/






segunda-feira, 29 de setembro de 2025

ANJOS DA GUARDA(São Miguel, São Gabriel, São Rafael) 29 DE SETEMBRO




SÃO MIGUEL
São Miguel, glorioso príncipe do céu, protetor das almas, eu vos invoco para que me livreis de toda adversidade e de todo pecado, e me façais útil para o serviço de Deus, conseguindo-me dEle a graça da perseverança final.
Amém

SÃO GABRIEL
São Gabriel, glorioso arcanjo, fortaleza de Deus, eu vos invoco para que me alcanceis a graça de ser preservado (a mim e a minha família) do mal, de vencer o demônio e de dominar as minhas más inclinações até o fim da minha vida.
Amém.

SÃO RAFAEL
São Rafael, glorioso arcanjo, medicina de deus, eu vos invoco para que cureis toda cegueira e a todas as enfermidades de minha alma e me ajudeis a fugir dos pecados que me causam tantos males.
Amém.

Oração a São Miguel Arcanjo
São Miguel Arcanjo, protegei-nos no combate, cobri-nos com o vosso escudo contra os embutes e as ciladas do demônio. Subjugue-o Deus, instantaneamente o pedimos, e vós, príncipe da milícia celeste, pelo divino poder precipitai no inferno a satanás e aos outros espíritos malignos que andam pelo mundo para perder as almas. Amém.

Santo Anjo
Santo Anjo do Senhor,meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, me guarde, me governe, me ilumine.
Amém


São Miguel
O nome do Arcanjo Miguel, possui um revelador significado em hebraico: "Quem é igual a Deus", segundo a Bíblia, ele é um dos sete espíritos assistentes ao Trono do Altíssimo, portanto, um dos grandes príncipes do Céu e ministro de Deus.

No Antigo Testamento o profeta Daniel chama São Miguel de príncipe protetor dos judeus, enquanto que, no Novo Testamento ele é o protetor dos filhos de Deus e de Sua Igreja, já que até a segunda vinda do Senhor, estaremos em luta espiritual contra os vencidos, que querem nos fazer perdedores também.

"Houve então um combate no Céu: Miguel e seus anjos combateram contra o dragão. Também o dragão combateu, junto com seus anjos, mas não conseguiu vencer e não se encontrou mais lugar para eles no Céu".

São Rafael
Rafael aparece no Antigo Testamento, no livro de Tobit.

"Tobias foi à procura de alguém que o pudesse acompanhar e conhecesse bem o caminho. Ao sair, encontrou o anjo Rafael, em pé diante dele, mas não suspeitou que fosse um anjo de Deus" (Tob 5,4).

Este arcanjo de nome "Deus Curou", restituiu à vista do piedoso Tobit, e nos demonstra que a sua presença, bem como a de Miguel e Gabriel, é discreta, porém, amiga e importante.

São Gabriel
O nome deste Arcanjo, citado duas vezes nas profecias de Daniel, significa "Força de Deus", mas é muito conhecido devido a sua singular missão de mensageiro, uma vez que foi ele quem anunciou o nascimento de João Batista e, principalmente, anunciou o maior fato histórico:

"No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré... O anjo veio à presença de Maria e disse-lhe: "Alegra-te, ó tu que tens o favor de Deus" a partir daí, São Lucas narra no primeiro capítulo do seu Evangelho, como se deu a Encarnação.

    

Os anjos são criaturas espirituais que glorificam a Deus sem cessar e servem a seus desígnios salvíficos em relação às demais criaturas. (CIC-350)

Eles são dotados de inteligência e de vontade: são criaturas pessoais e imortais. Superam em perfeição todas as criaturas visíveis. (CIC-330)
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O numero dos anjos é indefinido. Santo Tomás afirma que eles são mais numerosos do que todos os homens que existiram, existem e existirão. Estão eles divididos em nove hierarquias ou coros, segundo o oficio que eles desempenham no céu.

1- Serafins: cuja ocupação no céu é a de amar incessantemente a Deus.
2- Querubins: contemplam incansavelmente a face de Deus.
3- Tronos: gozam constantemente da presença de Deus, que é Bem infinito.
4- Dominações: transmitem as ordens de Deus.
5- Virtudes: são os que operam os milagres de Deus no universo.
6- Potestades: vencem a tudo que se opõe ao poder divino.
7- Principados: presidem, com Deus, no governo das nações.
8- Arcanjos: são os encarregados das grandes mensagens.
9- Anjos: são os mensageiros ordinários de Deus e os guardas dos homens nesta terra.
A hierarquia composta pelos Serafins, Querubins e Tronos é a mais “privilegiada”, os anjos que a compõem vivem ao redor do trono de Deus, contemplando sua glória e cantando seus louvores.
As Dominações, Virtudes e Potestades encontram-se entre o céu e a terra e ajudam a governar melhor o mundo e combatem as hierarquias infernais.
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Os Principados, Arcanjos e Anjos vivem na terra, ao lado dos homens. Os Arcanjos são aqueles a quem Deus confia missões extraordinárias de fé e revelações de realidades acima da compreensão humana.
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A palavra “Arcanjo” significa “Anjo principal”, “chefe dos anjos”. Neste coro encontram-se São Miguel, São Rafael e São Gabriel.

7 Dons Espírito Santo

 




sábado, 27 de setembro de 2025

São Vicente de Paulo



Vicente de Paulo foi, realmente, uma figura extraordinária para a humanidade. Pertencia a uma família pobre, de cristãos dignos e fervorosos. Nasceu em Pouy, França, no dia 24 de abril de 1581.

Na infância, foi um simples guardador de porcos, o que não o impediu de ter uma brilhante ascensão na alta Corte da sociedade de sua época. Aos dezenove anos, foi ordenado padre e, antes de ser capelão da rainha Margarida de Valois, ficou preso durante dois anos nas mãos dos muçulmanos. O mais curioso é que acabou sendo libertado pelo seu próprio “dono”, que, ao longo desse período, Vicente conseguiu converter ao cristianismo.

Todos o admiravam e respeitavam: do cardeal Richelieu à rainha Ana da Áustria, além do próprio rei Luís XIII, que fez questão absoluta de que Vicente de Paulo estivesse presente no seu leito de morte.

Mas quem mais era merecedor da piedade e atenção de Vicente de Paulo eram mesmo os pobres, os menos favorecidos, que sofriam as agruras da miséria. Quando Mazarino, em represália às barricadas erguidas pela França, quis fazer o país entregar-se pela fome, Vicente de Paulo organizou, em São Lázaro, uma mesa popular para servir, diariamente, refeições a duas mil pessoas famintas.

Apesar de ter sempre pouco tempo para os livros, tinha-o muito quando era para tratar e dar alívio espiritual. Quando convenceu o regente francês de que o povo sofria por falta de solidariedade e de pessoas caridosas para estenderem-lhe as mãos, o rei, imediatamente, nomeou-o para ser o ministro da Caridade. Com isso, organizou um trabalho de assistência aos pobres em escala nacional. Fundou e organizou quatro instituições voltadas para a caridade: a “Confraria das Damas da Caridade”, os “Servos dos Pobres”, a “Congregação dos Padres da Missão”, conhecidos como padres lazaristas, em 1625, e, principalmente, as “Filhas da Caridade”, em 1633.

Este homem prático, firme, dotado de senso de humor, esperto como um camponês, e sobretudo realista, que dizia aos sacerdotes de São Lazaro: “Amemos Deus, irmãos meus, mas o amemos às nossas custas, com a fadiga dos nossos braços, com o suor do nosso rosto”, morreu em Paris no dia 27 de setembro de 1660.

Canonizado em 1737, são Vicente de Paulo é festejado no dia de sua morte, pelos seus filhos e sua filhas espalhados nos quatro cantos do mundo. E por toda a sociedade leiga cristã engajada em cuidar para que seu carisma permaneça, pela ação de suas fundações, que florescem, ainda, nos nossos dias, sempre a serviço dos mais necessitados, doentes e marginalizados.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Fidêncio e Florentino.

Dos Escritos de São Vicente de Paulo, presbítero

Deve-se preferir o serviço dos pobres acima de tudo

Não temos de avaliar os pobres por suas roupas e aspecto, nem pelos dotes de espírito que pareçam ter. Com frequência são ignorantes e curtos de inteligência. Mas muito pelo contrário, se considerardes os pobres à luz da fé, então percebereis que estão no lugar do Filho de Deus que escolheu ser pobre. De fato, em seu sofrimento, embora quase perdesse a aparência humana – loucura para os gentios, escândalo para os judeus – apresentou-se, no entanto, como o evangelizador dos pobres: Enviou-me para evangelizar os pobres (Lc 4,18). Devemos ter os mesmos sentimentos de Cristo e imitar aquilo que ele fez: ter cuidado pelos indigentes, consolá-los, auxiliá-los, dar-lhes valor.

Com efeito, Cristo quis nascer pobre, escolheu pobres para seus discípulos, fez-se servo dos pobres e de tal forma quis participar da condição deles, que declarou ser feito ou dito a ele mesmo tudo quanto de bom ou de mau se fizesse ou dissesse aos pobres. Deus ama os pobres, também ama aqueles que os amam. Quando alguém tem um amigo, inclui na mesma estima aqueles que demonstram amizade ou prestam obséquio ao amigo. Por isto esperamos que, graças aos pobres, sejamos amados por Deus. Visitando-os, pois, esforcemo-nos por entender os pobres e os indigentes e, compadecendo-nos deles, cheguemos ao ponto de poder dizer com o Apóstolo: Fiz-me tudo para todos (1Cor 9,22). Por este motivo, se é nossa intenção termos o coração sensível às necessidades e misérias do próximo, supliquemos a Deus que derrame em nós o sentimento de misericórdia e de compaixão, cumulando com ele nossos corações e guardando-os repletos.

Deve-se preferir o serviço dos pobres a tudo o mais e prestá-lo sem demora. Se na hora da oração for necessário dar remédios ou auxílio a algum pobre, ide tranquilos, oferecendo a Deus esta ação como se estivésseis em oração. Não vos perturbeis com angústia ou medo de estar pecando por causa de abandono da oração em favor do serviço dos pobres. Deus não é desprezado, se por causa de Deus dele nos afastarmos, quer dizer, interrompermos a obra de Deus, para realizá-la de outro modo.

Portanto, ao abandonardes a oração, a fim de socorrer a algum pobre, isto mesmo vos lembrará que o serviço é prestado a Deus. Pois a caridade é maior do que quaisquer regras, que, além do mais, devem todas tender a ela. E como a caridade é uma grande dama, faz-se necessário cumprir o que ordena. Por conseguinte, prestemos com renovado ardor nosso serviço aos pobres; de modo particular aos abandonados, indo mesmo à sua procura, pois nos foram dados como senhores e protetores.

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terça-feira, 23 de setembro de 2025

Fica, Senhor, comigo! [Canções Inspiradas na obra de Pe. Pio de Pietrelcina] (Álbum Completo)

  


O CD “Fica Senhor Comigo!” é um convite a mergulharmos nos escritos e principalmente na espiritualidade de Pe. Pio.

Os cantos e as orações nos ajudam a refletir, rezar e entrar em profunda sintonia com Deus a exemplo da fé e confiança deste querido santo.

São 18 faixas inéditas inspiradas na obra do Pe. Pio de Pietrelcina. Sendo 14 faixas cantadas e 4 rezadas, conforme relação abaixo em sequência no vídeo.

  1. A oração é a chave
  2. O Amor de Deus me inflama
  3. Chamas do Divino amor
  4. Coroinha ao Sagrado Coração de Jesus (Oração)
  5. Sagrado Coração de Jesus
  6. Reza e espera
  7. Tu és tudo para mim
  8. Tudo é possível
  9. Oração ao santo Padre Pio de Pietrelcina pelos enfermos
  10. Pelas chagas de Jesus Cristo
  11. Só em Deus eu confio
  12. Maria, estrela da manhã
  13. Fica, Senhor, comigo! (Oração)
  14. Fica, Senhor, comigo!
  15. Mais perto de Ti
  16. Penhor do amor
  17. Meditação sobre a perseverança e bênção especial
  18. Tua providência

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Fica comigo, Senhor!


Reze conosco esta belíssima oração do Santo Padre Pio de Pietrelcina, um dos maiores místicos do século XX. 

Papa Paulo VI: "Veja que fama ele alcançou! Que clientela mundial reuniu em torno de si! Mas por quê? Por que era um filósofo? Por que era um sábio? Por que dispunha de meios? Não, mas porque rezava a Missa humildemente, confessava de manhã à noite; era, difícil de dizer, representante estampado dos estigmas de Jesus. Era um homem de oração e de sofrimento." (20 de fevereiro de 1971).

Fica Senhor comigo, pois preciso da tua presença para não te esquecer.
Sabes quão facilmente posso te abandonar.
Fica Senhor comigo, porque sou fraco e preciso da tua força para não cair.
Fica Senhor comigo, porque és minha vida, e sem ti perco o fervor.
Fica Senhor comigo, porque és minha luz, e sem ti reina a escuridão.
Fica Senhor comigo, para me mostrar tua vontade.
Fica Senhor comigo, para que ouça tua voz e te siga.
Fica Senhor comigo, pois desejo amar-te e permanecer sempre em tua companhia.
Fica Senhor comigo, se queres que te seja fiel.
Fica Senhor comigo, porque, por mais pobre que seja minha alma, quero que se transforme num lugar de consolação para ti, um ninho de amor.
Fica comigo, Jesus, pois se faz tarde e o dia chega ao fim; a vida passa, e a morte, o julgamento e a eternidade se aproximam. Preciso de ti para renovar minhas energias e não parar no caminho. Está ficando tarde, a morte avança e eu tenho medo da escuridão, das tentações, da falta de fé, da cruz, das tristezas. Oh, quanto preciso de ti, meu Jesus, nesta noite de exílio.
Fica comigo nesta noite, Jesus, pois ao longo da vida, com todos os seus perigos, eu preciso de ti. Faze, Senhor, que te reconheça como te reconheceram teus discípulos ao partir do pão, a fim de que a Comunhão Eucarística seja a luz a dissipar a escuridão, a força a me sustentar, a única alegria do meu coração.
Fica comigo, Senhor, porque na hora da morte quero estar unido a ti, se não pela Comunhão, ao menos pela graça e pelo amor.
Fica comigo, Jesus. Não peço consolações divinas, porque não as mereço, mas apenas o presente da tua presença, ah, isso sim te suplico!
Fica Senhor comigo, pois é só a ti que procuro, teu amor, tua graça, tua vontade, teu coração, teu Espírito, porque te amo, e a única recompensa que te peço é poder amar-te sempre mais. Com este amor resoluto desejo amar-te de todo o coração enquanto estiver na terra, para continuar a te amar perfeitamente por toda a eternidade. Amém.
São Padre Pio, rogai por nós!

https://padrepauloricardo.org/


São Pio de Pietrelcina da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos

 

 



Origens
São Pio nasceu em 25 de maio de 1887, no seio de uma família de camponeses, em Pietrelcina, na arquidiocese de Benevento, filho de Grazio Forgione e Maria Giuseppa De Nunzio.
Ele foi batizado no dia seguinte com o nome de Francesco Forgione. Aos 12 anos, recebeu o sacramento da Confirmação e da Primeira Comunhão. Aos 16 anos, entrou para o Noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, em Morcone, adotando o nome de Frei Pio.


Vida Sacerdotal
Em 1910, recebeu a ordenação sacerdotal. Seis anos depois, entrou para o Convento de Santa Maria das Graças, em San Giovanni Rotondo, onde dedicava muitas horas do dia ao sacramento da Confissão.
O cume das suas atividades pastorais era a celebração da Santa Missa.
Ele se definia “um pobre frade que reza”. “A oração – afirmava – é a melhor arma que temos, é a chave que abre o coração de Deus”.

Vocação
Padre Pio viveu em plenitude a vocação de contribuir para a redenção do homem, segundo a missão especial que caracterizou toda a sua vida e que realizou por meio da direção espiritual dos fiéis, pela reconciliação sacramental dos penitentes e pela celebração da Eucaristia. O momento mais alto de sua atividade apostólica foi aquele em que celebrou a Santa Missa. Os fiéis que dela participaram perceberam o ápice e a plenitude de sua
espiritualidade.

Caridade
O amor de Deus o encheu, satisfazendo todas as suas expectativas; a caridade era o princípio inspirador de seus dias: Deus ser amado e ser amado. Sua preocupação particular: crescer e fazer crescer na caridade.
Ele expressou o máximo de sua caridade para com o próximo, ao acolher, por mais de 50 anos, muitas pessoas que acorreram ao seu ministério e ao seu confessionário, ao seu conselho e ao seu conforto. Era quase um cerco: procuravam-no na igreja, na sacristia, no convento. E ele se entregou a todos, vivificando a fé, distribuindo graça, trazendo luz. Mas sobretudo nos pobres, nos sofredores e nos doentes, ele viu a imagem de Cristo e se entregou especialmente por eles.
Ao nível da caridade social, trabalhou para aliviar a dor e a miséria de muitas famílias, principalmente com a fundação da “Casa Alívio do Sofrimento”, inaugurada em 5 de maio de 1956.

A Fé
Para Padre Pio, fé era vida: ele queria tudo e fazia tudo à luz da fé. Ele estava assiduamente engajado em oração. Passava o dia e a maior parte da noite conversando com Deus. A fé sempre o levou a aceitar a misteriosa vontade de Deus.
Ele sempre esteve imerso em realidades sobrenaturais. Não só era um homem de esperança e de total confiança em Deus, mas incutia estas virtudes em todos os que se aproximavam dele, com palavras e exemplo.

Confiança em Deus
A virtude da fortaleza brilhava nele. Logo compreendeu que seu caminho seria o da Cruz e o aceitou com coragem e por amor. Ele experimentou os sofrimentos da alma por muitos anos. Durante anos ele suportou as dores de suas feridas com admirável serenidade.
Quando teve que passar por investigações e restrições em seu serviço sacerdotal, aceitou tudo com profunda humildade e resignação. Diante de acusações e calúnias injustificadas, sempre se calou, confiando no julgamento de Deus, de seus superiores diretos e de sua própria consciência.

Páscoa
Sua saúde, desde a juventude, não foi muito próspera e, principalmente nos últimos anos de sua vida, declinou rapidamente. A Irmã Morte o pegou preparado e sereno em 23 de setembro de 1968, aos 81 anos. Seu funeral foi caracterizado por um concurso de pessoas completamente extraordinário.

Via de Santificação
Foi beatificado em 02 de maio de 1999. Em 16 de junho de 2002, foi proclamado Santo pelo Papa João Paulo II, que afirmou na sua homilia: “A vida e a missão do Padre Pio são um testemunho das dificuldades e dores, que, se aceitos por amor, se transformam em um caminho privilegiado de santidade, que se abre ainda mais rumo a perspectivas de um bem muito maior, aceitável somente pelo Senhor”. Na notificação da canonização de São Pio de Pietrelcina, apresenta a motivação de sua canonização:
“A Igreja, ao inscrever o Beato Pio de Pietrelcina no Registo dos Santos, oferece aos fiéis uma imagem viva da bondade do Pai, imitador apaixonado de Jesus Crucificado e instrumento dócil do Espírito Santo ao serviço dos fiéis enfermos em corpo e espírito.”
Seus restos mortais são venerados em San Giovanni Rotondo, no santuário dedicado a ele.

Minha oração
“Tu foste modelo de entrega de vida, mas, acima de tudo, modelo de sacerdote e vítima, rogai pelos padre do mundo todo. Socorrei os teus filhos espirituais e aqueles que querem juntar-se a eles. Dai a nós um ardente amor a Jesus, como tu tiveste.
Amém!”
São Pio de Pietrelcina, rogai por nós!