Neste domingo, para falar do poder extraordinário da graça, Nosso Senhor compara o Reino de Deus a um grão de mostarda, que, sendo a “menor de todas as sementes da terra”, depois “cresce e se torna maior do que todas as hortaliças”.
Meditando sobre essa parábola, Padre Paulo Ricardo conta um pouco da vida de São Francisco de Assis e nos mostra, a partir do testemunho desse grande santo, como podemos fazer florescer as sementes do Evangelho em nosso coração:
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos (Mc 4, 26-34)
Naquele tempo, Jesus disse à multidão: “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou”.
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E Jesus continuou: “Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra”.
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Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo.
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Meditação. — O grão de mostarda é uma semente bem pequena, que se assemelha àqueles farelos ralados da pimenta do reino. Quando cresce, porém, essa mesma semente se torna um grande arbusto. Jesus aproveita-se disso para, no Evangelho deste domingo, estabelecer uma analogia e demonstrar como o Reino de Deus, a Igreja, cresce dentro de nosso coração até tornar-se uma árvore frondosa, onde os pássaros vêm repousar.
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Depois de dois mil anos de história, a Igreja Católica é hoje essa grande árvore que estende seus ramos por toda parte. Mas nem sempre foi assim. No início da pregação de Jesus, a Igreja era realmente um nada, uma coisa insignificante, que pouco importava diante do Império Romano e outras instituições seculares. Em outras palavras, o Reino de Deus era apenas um dos mistérios da missão de Jesus.
.Na verdade, Jesus compara a Igreja ao grão de mostarda para lembrar que, antes de ser uma instituição visível, ela é uma realidade invisível, cujo desenvolvimento ocorre na alma humana. É dentro do coração do homem que a semente do Evangelho precisa crescer e tornar-se uma enorme árvore, como aconteceu com os grandes santos da história. A vida de São Francisco de Assis, por exemplo, mostra como a ação de Deus é inicialmente discreta. De vaidoso e avarento, o jovem Francisco converteu-se num santo mendigo de Deus, após um encontro misterioso com o Senhor, durante o período em que ficou prisioneiro, por conta da batalha de Colestrada. Esse episódio fê-lo enxergar as misérias da vida terrena e, a partir disso, Francisco começou a interessar-se mais e mais pelas bem-aventuranças. No futuro, o seu testemunho de pobreza total por Jesus faria com que outros grandes santos aparecessem, como é o caso de Santa Clara e de Santo Antônio de Pádua, cuja memória comemoramos no último dia 13 de junho.
.Deus deseja que a sua semente do Reino cresça igualmente no coração de todos os homens. Mas isso depende de nossa correspondência à sua graça, na vida de oração, na frequência aos sacramentos. A alma generosa, por sua vez, será elevada pela força do Evangelho, que brota da Cruz, aos mais altos cumes da santidade.
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Oração. — Senhor Jesus, fecundai meu coração com a semente da santidade, a fim de que o vosso Reino cresça na minha alma como a semente de mostarda do Evangelho. Fazei de mim e de meus irmãos fiéis discípulos da vossa Palavra, para que, com nosso testemunho, os ramos da Igreja se estendam até os lugares mais longínquos do mundo. Assim seja!
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Propósito. — Meditar sobre a conversão de São Francisco e a sua renúncia aos bens temporais pelos bens celestes.
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