Amigos, Paz e Bem!
Falando das bem-aventuranças, mais especificamente da primeira: “Felizes os pobres em espírito”, Bento XVI, nos brinda com uma bela reflexão sobre Francisco e a Ordem Terceira, vejamos.
“... mas talvez seja bom... voltarmos os olhos para a figura da história da fé na qual esta bem-aventurança foi mais intensamente traduzida na existência humana: S. Francisco de Assis.
Os santos são os verdadeiros interpretes da Sagrada Escritura. O que uma palavra significa torna-se principalmente compreensível naqueles homens que foram totalmente tomados por ela e a viveram.
A interpretação da Escritura não pode ser uma simples questão acadêmica e não pode ser convertida apenas para o domínio histórico.
A Escritura carrega em si, do começo ao fim, um potencial de futuro que apenas se ab...re no viver e no sofrer até o fim as suas palavras.
S. Francisco de Assis agarrou na promessa desta palavra em toda a sua extrema radicalidade. Até o ponto de se despojar das suas vestes e se deixar revestir pelo bispo como o representante da bondade paterna de Deus, que veste os lírios do campo com mais beleza do que a de Salomão (Mt 6,28). Esta extrema humildade foi para ele antes de mais nada liberdade de serviço, liberdade para a missão; em último análise, confiança em Deus, que cuida não apenas das flores do campo, mas também dos seus filhos e dos homens; corretivo para a Igreja, a qual, com o sistema feudal, tinha perdido a liberdade e a dinâmica da itinerância missionária; íntima abertura para Cristo, com o qual na ferida dos estigmas de tal modo se configura que já não é ele quem realmente vive, mas, como renascido, existe totalmente a partir de Cristo e em Cristo.
Ele não queria fundar nenhuma Ordem, mas apenas congregar de novo o povo de Deus para escutar a Palavra, que não se furta com comentários eruditos à seriedade do chamado.
No entanto, com a criação da Terceira Ordem, aceita a distinção entre a missão radical e a necessária vida no mundo.
Terceira Ordem significa precisamente aceitar com humildade a missão da vocação secular e as suas exigências, no próprio lugar em que cada qual se encontra, e aí viver em comunhão com Cristo, na qual Ele nos precede. “Ter como se não tivesse” (1Cor 7,29ss), aprender esta tensão interior como talvez a mais difícil das exigências e poder realmente revive-la sempre e de novo entre os homens, levando com eles o peso do radical seguimento: este é o sentido da Terceira Ordem, e assim se torna conhecido o que esta bem-aventurança pode significar para todos.
Sobretudo em S. Francisco torna-se também claro o que quer dizer “Reino de Deus”. S. Francisco permaneceu totalmente na Igreja, e ao mesmo tempo em tais figuras a Igreja cresce no seu objetivo final e todavia já presente: o Reino de Deus está próximo....”
Joseph Ratzinger Bento XVI - livro: "Jesus de Nazaré - Primeira Parte" .
Obs. Fonte desse texto FACEBOOK do Carlos Eduardo.-OFS
Um comentário:
Excelente este blog. Hoje dia da São Matias, apóstolo, fui fazer uma pesquisa sobre a revelação para Francisco neste dia e no evangelho daquele dia e me deparei com este blog que me entusiasmou.
Muito bom para formação de um terceiro franciscano.
Postar um comentário