"Senhor, fazei-me instrumento de Vossa Paz"
São Francisco de Assis

terça-feira, 4 de junho de 2013

A eternidade não será tediosa


2013-06-01 L’Osservatore Romano
São tantos os cristãos que não conhecem a alegria. E até quando estão na Igreja a louvar a Deus, parece que seguem um cortejo fúnebre e não uma jubilosa celebração. Ao contrário, se aprendessem a sair de si mesmos e a dar graças a Deus, a «perder tempo louvando a Deus, compreenderiam realmente o que é a alegria que os liberta».

A alegria cristã esteve no centro da reflexão proposta pelo Papa Francisco, na manhã sexta-feira de 31 de Maio, durante a missa celebrada na Domus Sanctae Marthae. Ao comentar as leituras evangélicas do dia, voltou a propor a imagem de Maria como mãe que vai sempre apressada – como fez no domingo passado na paróquia romana - o Pontífice prolongou-se sobre aquele «sobressalto do menino no seio de Isabel» por ela revelado a Maria»: «Logo que ouvi a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio».

«Tudo é alegria. Mas nós cristãos – observou o bispo de Roma – não estamos muito habituados a falar de alegria, de júbilo. Penso que muitas vezes nos agrada mais o lamento! O que é a alegria? A chave para compreender esta alegria é o que nos diz o evangelho: “Isabel estava cheia do Espírito Santo”. O que nos dá a alegria é o Espírito Santo. Também na primeira oração da missa pedimos a graça da docilidade ao Espírito Santo, o que nos dá a alegria».

O Papa propôs depois outro aspecto da alegria que nos vem do Espírito. Pensemos – disse – naquele momento em que Nossa Senhora e são José levam Jesus ao templo para cumprir a lei. O Evangelho diz que eles vão cumprir o que a lei prescrevia». Naquela mesma circunstância encontram-se também dois idosos; mas, observou, o evangelho não diz que eles foram lá para cumprir a lei, mas sim porque levados pela «força do Espírito Santo. O Espírito leva-os ao templo». A ponto que diante de Jesus, os dois «fazem uma oração de louvor: mas este é o Messias, bendito seja o Senhor! E fazem também uma liturgia espontânea de alegria». É a fidelidade adquirida em tantos anos na esperança do Espírito Santo que faz com que «este Espírito venha e lhes dê alegria».

«A mim – confidenciou o Papa – apraz-me pensar: os jovens cumprem a lei; os idosos têm a liberdade de deixar que o Espírito os guie. E isto é muito agradável. É precisamente o Espírito que nos guia. Ele é o autor da alegria, o criador da alegria. E esta alegria no Espírito é a verdadeira liberdade cristã. Sem alegria nós, cristãos, não podemos ser livres. Tornamo-nos escravos das nossas tristezas.

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