O mês de dezembro é marcado pela intensa movimentação nas ruas, no comércio popular e nos shoppings. Os prédios, ruas e casas já começam a ser enfeitadas de vermelho e verde, luzes coloridas, bonecos de neve e papais noéis.
Cenas inusitadas para o calor do verão brasileiro. Uma das expressões mais significantes do Natal é o presépio. Feito de diversos materiais, a representação da encarnação do Senhor ganha espaço em meio às diversas decorações.
Trata-se de uma das mais fortes tradições franciscanas, surgida em Greccio, na Itália, no ano de 1223. Vejamos o relato segundo Tomás de Celano:
“Havia naquela terra um homem de nome João, de boa fama, mas de vida melhor, a quem o bem-aventurado Francisco amava com especial afeição, porque, como fosse muito nobre e louvável em sua terra, tendo desprezado a nobreza da carne, seguiu a nobreza do espírito. E o bem-aventurado Francisco, como muitas vezes acontecia, quase quinze dias antes do Natal do Senhor, mandou que ele fosse chamado e disse-lhe: ‘Se desejas que celebremos, em Greccio, a presente festividade do Senhor, apressa-te e prepara diligentemente as coisas que te digo. Pois quero celebrar a memória daquele Menino que nasceu em Belém e ver de algum modo, com os olhos corporais, os apuros e necessidades da infância dele, como foi reclinado no presépio e como, estando presentes o boi e o burro, foi colocado sobre o feno’. O bom e fiel homem, ouvindo isto, correu mais apressadamente e preparou no predito lugar tudo o que o santo dissera.
E aproximou-se o dia da alegria, chegou o tempo da exultação. Os irmãos foram chamados de muitos lugares; homens e mulheres daquela terra, com ânimos exultantes, preparam, segundo suas possibilidades, velas e tochas para iluminar a noite que com o astro cintilante iluminou todos os dias e anos. Veio finalmente o santo de Deus e, encontrando tudo preparado, viu e alegrou-se. E, de fato, prepara-se o presépio, traz-se o feno, são conduzidos o boi e o burro. Ali se honra a simplicidade, se exalta a pobreza, se elogia a humildade; e de Greccio se fez com que uma nova Belém. Ilumina-se a noite como o dia e torna-se deliciosa para os homens e animais. As pessoas chegam ao novo mistério e alegram-se com novas alegrias. O bosque faz ressoar as vozes, e as rochas respondem aos que se rejubilam. Os irmãos cantam, rendendo os devidos louvores ao Senhor, e toda a noite dança de júbilo. O santo de Deus está de pé diante do presépio, cheio de suspiros, contrito de piedade e transbordante de admirável alegria.” (Cel 30,4).
Em 2019, no início do Advento, o Papa Francisco visitou o Santuário Franciscano do Presépio de Greccio.
“Não podemos deixar-nos iludir pela riqueza e por tantas propostas efémeras de felicidade. Jesus nasceu pobre, levou uma vida simples, para nos ensinar a identificar e a viver do essencial”, escreveu o Papa na sua Carta Apostólica sobre o Presépio (veja abaixo).
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